sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Própolis

O propólis ou a própolis produzida pelas abelhas tem a finalidade de proteger a colmeia. Devido sua ação antimicrobiana, impede a propagação de micro-organismos na colmeia que podem ser trazidos por agentes invasores, além disso serve também para embalsamar animais mortos e manter a temperatura interna, fechando frestas e garantindo a integridade dos casulos. A composição varia com a região, clima, época do ano, flores disponíveis, etc. 

Os microelementos constituintes do própolis variam de forma tão intensa que alguns componentes, como os fenólicos, oscilam entre 1% e 40%. Estudos brasileiros demonstram essa variação e a relaciona com a diversidade da flora e dos ambientes ecológicos existentes no Brasil. Para uma utilização terapêutica racional do própolis será necessária a padronização do produto, determinando-se teores mínimos de certos constituintes.

Além disso, a maioria do própolis comercializado é de abelhas africanizadas da espécies Apis melifica, porém têm crescido a produção e o mercado de produtos provenientes de outras espécies de abelhas sem ferrão. O Brasil é o 3º maior produtor de própolis do mundo, exportando boa parte de sua produção. O própolis brasileiro tem composição única quando comparado aos demais produtos com origens em outros países.

Essa condição única induz estudos em vários países para sua utilização como antiviral, imunomodulador, anti-inflamatório (tanto em processos agudos quanto em crônicos, como em doenças do fígado) e como adjuvante na terapia contra o câncer. Ainda há estudos no controle da leishmaniose cutânea. O mundo tem pesquisado cada vez mais sobre o própolis, dobrando o número de pesquisas a partir de 2010. Assim, cada vez mais se espera informações para os próximos anos sobre a utilização efetiva do própolis.

Uma das propriedades do própolis é a sua capacidade antioxidante. Uma interessante vertente de estudo de aplicação industrial do própolis é a utilização como agente antioxidante em produtos cárneos, como salames e linguiças cruas. A própolis apresentou resultados interessantes, apresentando-se como eventual substituto dos aditivos químicos normalmente presentes e que podem apresentar alguns efeitos nocivos aos consumidores.

A diversidade de pesquisa é grande. O própolis também apresenta efeitos interessantes no controle das placas dentárias devido sua ação antimicrobiana, incluindo-se uma ação anticariogênica. Outro possível efeito estudado é a melhoria no perfil lipídico do sangue, ou seja a redução do colesterol total e triglicerídeos. Assim, o seu uso cotidiano parece interessante, porém há de se ressaltar que não existe saúde sem um bom estilo de vida. O própolis nunca será capaz de “consertar” o que provocamos com nossos excessos.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

*Publicado originalmente pelo Jornal da Orla


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