O propólis ou a
própolis produzida pelas abelhas tem a finalidade de proteger a colmeia. Devido
sua ação antimicrobiana, impede a propagação de micro-organismos na colmeia que
podem ser trazidos por agentes invasores, além disso serve também para embalsamar
animais mortos e manter a temperatura interna, fechando frestas e garantindo a
integridade dos casulos. A composição varia com a região, clima, época do ano,
flores disponíveis, etc.
Os microelementos constituintes do própolis variam de forma tão intensa que alguns componentes, como os fenólicos, oscilam entre 1% e 40%. Estudos brasileiros demonstram essa variação e a relaciona com a diversidade da flora e dos ambientes ecológicos existentes no Brasil. Para uma utilização terapêutica racional do própolis será necessária a padronização do produto, determinando-se teores mínimos de certos constituintes.
Além disso, a maioria
do própolis comercializado é de abelhas africanizadas da espécies Apis melifica, porém têm crescido a
produção e o mercado de produtos provenientes de outras espécies de abelhas sem
ferrão. O Brasil é o 3º maior produtor de própolis do mundo, exportando boa
parte de sua produção. O própolis brasileiro tem composição única quando
comparado aos demais produtos com origens em outros países.
Essa condição única induz
estudos em vários países para sua utilização como antiviral, imunomodulador,
anti-inflamatório (tanto em processos agudos quanto em crônicos, como em
doenças do fígado) e como adjuvante na terapia contra o câncer. Ainda há
estudos no controle da leishmaniose cutânea. O mundo tem pesquisado cada vez
mais sobre o própolis, dobrando o número de pesquisas a partir de 2010. Assim,
cada vez mais se espera informações para os próximos anos sobre a utilização
efetiva do própolis.
Uma das propriedades
do própolis é a sua capacidade antioxidante. Uma interessante vertente de
estudo de aplicação industrial do própolis é a utilização como agente
antioxidante em produtos cárneos, como salames e linguiças cruas. A própolis
apresentou resultados interessantes, apresentando-se como eventual substituto dos
aditivos químicos normalmente presentes e que podem apresentar alguns efeitos
nocivos aos consumidores.
A diversidade de
pesquisa é grande. O própolis também apresenta efeitos interessantes no
controle das placas dentárias devido sua ação antimicrobiana, incluindo-se uma
ação anticariogênica. Outro possível efeito estudado é a melhoria no perfil
lipídico do sangue, ou seja a redução do colesterol total e triglicerídeos.
Assim, o seu uso cotidiano parece interessante, porém há de se ressaltar que
não existe saúde sem um bom estilo de vida. O própolis nunca será capaz de
“consertar” o que provocamos com nossos excessos.
Se ainda tiver dúvidas,
encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do
curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br
ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
Prof. Dr Paulo Angelo
Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981),
especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos
(1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP.
Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática
Dracena.
*Publicado originalmente pelo Jornal da Orla
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