Os exames laboratoriais consistem em dosar
substâncias em amostras biológicas, como sangue e urina, por exemplo. Estes são
facilitadores do diagnóstico de patologias, por fornecer um comparativo entre o
escassez ou excesso destas substâncias e valores fisiológicos pré-estabelecidos.
Do mesmo modo a ingestão de ácido
ascórbico (Vitamina C), cafeína, e até mesmo exercício (esforço) físico imediatamente
antes da coleta, podem causar variação dos níveis doseados na amostra, comprometendo
a precisão do resultado.
A metodologia empregada em cada exame é previamente validada de modo a garantir resultados fidedignos, porém algumas substâncias oriundas da dieta ou de medicamentos podem interferir no resultado das análises.
Grande maioria dos resultados laboratoriais que sofrem interferência apresenta valores dentro da faixa de normalidade, trazendo prejuízo a diagnósticos clínicos segundo estudos. Exemplo disso é o jejum, que se prolongado pode levar a valores no sangue equivocadamente diminuídos para glicose, e aumentados para triglicérides e bilirrubinas; enquanto o jejum abreviado pode demonstrar aumento de glicose e ácido úrico, entre outros, favorecendo um diagnóstico errôneo para diabetes e gota, respectivamente.
Bebidas alcoólicas causam várias
alterações. O consumo eventual traz o aumento agudo da taxa de triglicérides, e
a diminuição drástica de hormônio cortisol (compatível com o quadro de Doença
de Addison, caracterizada por sucessivos processos inflamatórios e fadiga
crônica). Tanto pior para seu consumo crônico, que provoca real alteração em
uma série de fatores e lesão a tecidos hepático, muscular e cardíaco.
Durante o uso de analgésicos algumas
enzimas que denunciariam problemas no fígado permanecem aumentadas. Alguns
antiinflamatórios (corticosteróides) elevam os níveis de colesterol. Anticoagulantes
reduzem a quantidade circulante de cálcio e aumentam a de sódio.
É essencial ressaltar que exames
laboratoriais estão sujeitos a diversos fatores interferentes, e por este
motivo devem ser parte integrante do diagnóstico juntamente à anamnese, que é o
momento da investigação dos sintomas e suas possíveis causas. Neste processo,
comunique ao especialista requerente dos exames e ao laboratório de análises
clínicas qual a terapia adotada (mesmo que esqueçam de perguntar) para que
valores discrepantes não sejam interpretados como patologias então
desnecessariamente medicadas.
Suzana
Silva de Oliveira – 8º semestre Farmácia Unisantos
Referências biliográficas:
AGRELI; Josana Martins Rodrigues. II Curso Introdutório da Liga Acadêmica de
Farmacologia. Principais exames laboratoriais e interferentes
pré-analíticos. Uberaba: UU, 2012.
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