O medicamento mais
moderno nem sempre é o mais eficaz, embora constantemente mais caro. Isso
porque ao serem lançados no mercado, os fármacos têm incluídos no custo final
os gastos oriundos de pesquisa, desenvolvimento, patenteamento, testes de
segurança e marketing do fármaco, não dispensando lucros e alíquota adicional
por carregar o “nome” do fabricante.
Diversos
pesquisadores patrocinados por indústrias fabricantes chegarão a diferentes
produtos, mais ou menos específicos para o combate a uma mesma doença,
resultando também em variação de preço.
Estas drogas são
agrupadas nas respectivas classes farmacêuticas segundo o mecanismo de ação.
Exemplo disso são os antiulcerosos ranitidina e cimetidina, que pertencem à
classe dos antagonistas H2, ou seja,
possuem o mesmo padrão de absorção, ação nos receptores e excreção.
A classe farmacêutica
inibidores da bomba protônica,
representado pelo omeprazol, embora desenvolvido anteriormente (e por
conseguinte mais barata), permanece sendo primeira linha de tratamento da
úlcera por demonstrar eficácia clínica enquanto causa menos reações adversas
que os antagonistas H2.
Ocorre que dois
equivalentes terapêuticos, medicamentos que tratam com a mesma eficácia clínica
uma doença, podem sofrer variações de preço exorbitantes.
Isso pode ser
demonstrado pelos antiinflamatórios diclofenaco sódico e o diclofenaco potássico, virtualmente iguais em sua
ação no organismo, com valores discrepantes em até 27 vezes segundo Rumel et.
al (2006).
Os ansiolíticos das classes inibidores seletivos da recaptação de serotonina e os inibidores da recaptação de serotonina e
noradrenalina são recomendados como primeira linha de tratamento, devido ao
seu custo-benefício. No entanto os benzodiazepínicos, apesar do seu potencial
de abuso, risco de dependência, e da incerteza da sua eficácia a longo prazo,
lideram a lista dos 5 medicamentos controlados mais vendidos no Brasil.
A variação de preço
chega 348% para os medicamentos contendo o benzodiazepínico alprazolam.
Comparando-se o custo de tratamento mensal com os diversos ansiolíticos, é
possível encontrar uma diferença da ordem de 680% (ANVISA, 2009-2012).
A classe inibidores da
fosfodiesterase tipo 5, composta por lodenafila, sildenafila, vardenafila e
tadalafila, trata a disfunção sexual. Há
diferença de 56% entre o genérico mais barato e o referência para sildenafila;
e de 275% entre o custo de tratamento com o medicamento mais barato (genérico
da substância sildenafila) e o medicamento mais caro (referência do
tadalafila).
Todo medicamento
disponível ao consumo passa por meticulosos estudos e testes de qualidade de
modo a garantir os efeitos desejados, segurança e qualidade. Converse
abertamente a respeito com seu médico e farmacêutico.
SUZANA SILVA DE
OLIVEIRA - 9º semestre Farmácia
Referências
ANVISA. Ministério da
Saúde. Boletim Saúde & Economia.
Brasília: MS, 2009-2012. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>.
Acesso em: 14 fev. 2014.
RUMEL, D; NISHIOKA,
A. S.; SANTOS, A. A. M.. Intercambialidade
de medicamentos: abordagem clínica e o ponto de vista do consumidor.
Brasília: Rev. Saúde Pública, 2006. 40(5):921-7.
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