As pessoas com mais idade não gostam de discutir doenças
porque existe uma errônea associação direta entre ser velho e doente. Existe um
termo que representa o envelhecimento sadio: senescência. Com o passar do tempo,
naturalmente, nosso organismo se modifica. Uma vida sadia, com boa alimentação,
vida social e sexual, atividade física compatível ajudam no envelhecimento sem
doenças. Também é certo que devemos cuidar da nossa velhice desde sempre. De
certo modo, a qualidade de vida de nossa adolescência e da fase adulta pode
indicar como será nossa terceira idade, melhor idade, ou qualquer outro modo
como você quiser falar de nossa velhice.
Por outro lado, é certo que nessa fase muitas pessoas adoecem
e, portanto, tomam muitos medicamentos. Mais de 80% da população idosa faz uso
de pelo menos um medicamento. Assim, é importante que se faça extensa
divulgação de orientações sobre o uso correto de medicamentos.
Além disso, o corpo do idoso está alterado pela idade, como
ter menos água e mais gordura espalhados pelo corpo. Isso fará com que os
medicamentos cheguem ao local de ação efetiva, por exemplo o coração, em
quantidades diferentes das do adulto. E o pior, é que as doses de medicamentos,
determinadas pelos laboratórios, geralmente não são estudadas com os idosos.
Outras mudanças importantes são a menor função renal e do
fígado, que também interferem na ação dos medicamentos. Por conta disso, alguns
medicamentos são contra-indicados para os idosos. Alguns estudos apontam que 15%
dos idosos se utilizam de medicamentos que não deveriam. Esses estudos mostraram
que muitas pessoas se utilizavam de dois medicamentos que continham substâncias
semelhantes, aumentando o risco de intoxicação.
Outro aspecto importante a ser considerado é a própria
condição do idoso. Muitos apresentam menor capacidade de concentração e de memorização
fazendo com que metade dos idosos não saiba corretamente o nome do medicamento
que usam. Seria adequado que mantivessem uma ficha escrita com o nome dos
medicamentos e a forma como devem tomá-lo. E mesmo em relação à quantidade,
cerca de 10% não se lembram exatamente a quantidade correta do medicamento a
ser tomado.
Mesmo quando o medicamento está sendo corretamente tomado, é
necessário que se fique atento aos seus efeitos. Medicamentos que ajudam a
dormir, os ansiolíticos, ou outros que podem induzir o sono, como os anti-alérgicos,
trazem maior probabilidade de queda do idoso, causando fratura de ossos e, como
conseqüência, aumento nos casos de mortes por essa razão. Esses medicamentos
devem ser usados com muito cuidado. Esse é um assunto que vale a pena retornar
com mais detalhes.
O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) da UniSantos
está à sua disposição para dúvidas e sugestões, escreva para o e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao
CIM, Avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002, Santos-SP.
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