Apesar de corriqueiras, as quedas não devem ser consideradas
naturais da terceira idade, mas sim um problema de saúde pública. Comumente,
geram fraturas em idosos devido à diminuída densidade óssea orquestrada por
fatores hormonais. Esta possibilidade provoca medo de caminhar sozinho,
desmotiva a realização de tarefas diárias, e gera diminuição da qualidade de
vida.
A resposta ao uso de medicamentos por idosos é diferente das
dos usuários mais jovens. Isso acontece porque cada faixa etária tem sua
caracterização orgânica consoante à capacidade enzimática, hormonal e
imunológica. O indivíduo, a partir de sessenta anos, tem gradativamente
diminuídos estes fatores, que refletem em diversas alterações fisiológicas, a
saber: menor atividade renal e hepática, redução da concentração, crescente
perda muscular, maior suscetibilidade a infecções, entre outras. Nesta fase, as
quedas podem ocorrer em número representativo, constituindo uma das principais
causas de hospitalização e morte geriátrica.
A parte da dificuldade natural de locomoção e de equilíbrio
por parte dos idosos há uma lista de medicamentos citados como inapropriados
para essa faixa etária, comprometendo ainda mais o risco de queda. Assim sendo,
sua prescrição deveria ser evitada nesses indivíduos. E ainda mais: os idosos
apresentam um contexto de uso de muitos medicamentos, o que pode corroborar
para o aumento no índice de quedas.
Medicamentos que atuem no sistema nervoso central,
diminuindo suas funções e, portanto, comprometendo o equilíbrio podem ser
listados como os antidepressivos, sedativos, medicamentos que ajudam a dormir (ansiolíticos)
ou que podem induzir o sono (como os antialérgicos).
O carisoprodol, destacado aqui pelo grande consumo como
relaxante muscular e associação a antigripais, é relatado como segunda maior
causa de acidentes de trânsito, ficando atrás apenas do álcool. Seu uso único geralmente
não traz problemas, já em uso crônico ou por pacientes com alterações no fígado
ou rins, seus efeitos sobre o desempenho psicomotor são mais pronunciados.
Medicamentos pouco seguros para terceira idade:
Antidepressivos tricíclicos
|
Amitriptilina
|
Antiagregantes plaquetários
|
Dipiridamol; Ticlopidina
|
Antialérgicos
|
Dexclorfeniramina; Prometazina
|
Antagonistas dos receptores H2 da histamina
|
Cimetidina
|
Anti-hipertensivos
|
Nifedipino, Metildopa; Clonidina; Reserpina
|
Inibidores seletivos de recaptação da serotonina
|
Fluoxetina
|
Opioides
|
Propoxifeno; Pentazocina; Meperidina
|
Antibióticos
|
Nitrofurantoína
|
Antiinflamatórios
|
Fenilbutazona; Indometacina; Piroxicam; Tenoxicam; Naproxeno
|
Benzodiazepínicos
|
Diazepam; Flurazepam; Bromazepam; Clonazepam; Prometazina; Lorazepam
> 3mg, Oxazepam >60mg; Alprazolam >2mg; Triazolam >0,25mg
|
Barbitúricos
|
Todos. São exemplos: Amobarbital; Fenobarbital; Tiopental.
|
Relaxantes musculares e antiespasmódicos
|
Carisoprodol; Ciclobenzaprina; Oxibutinina
|
Fonte: adaptado de Boletim Informativo Farmaco Vigilância.
Suzana Silva de Oliveira – 9º semestre Farmácia
Referências bibliográficas
REZENDE, C. P. et al.. Queda entre idosos no Brasil e
sua relação com o uso de medicamentos: revisão sistemática. Cad. Saúde
Pública. Rio de Janeiro: ENSP, 2012. V.28, n.12.
PASSARELI, Maria Cristina G.. Medicamentos inapropriados
para idosos: um grave problema de saúde pública. Boletim Informativo Farmaco
Vigilância, São Paulo, n. 2, jun. 2006. Acesso em: 29 mai. 2014. Disponível em:
<http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/bfarmaco_2.pdf>.
Nenhum comentário:
Postar um comentário