sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Anti-histamínicos e miorrelaxantes podem causar depressão do sistema nervoso central


A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo, ou seja, uma hipersensibilidade imunomediada a um estímulo externo específico. O seu tratamento é feito com medicamentos anti-histamínicos e a ação preventiva é mais intensa que a curativa, porque age justamente na fase imediata da alergia. Por outro lado, são menos eficazes no controle da obstrução nasal e do broncoespasmo da asma, característicos da fase tardia da reação alérgica.

Esses medicamentos atuam no Sistema Nervoso Central (SNC), conjunto de órgãos que coordenam todas as atividades do organismo. É a sede da consciência, da memória, da capacidade de aprender, de reconhecer e dos mais elaborados e característicos atributos do Homem, tais como a imaginação, o raciocínio abstrato, o pensamento criativo, entre outros.

Importantes avanços ocorreram no nosso conhecimento sobre os mecanismos pelos quais os anti-histamínicos H1 (antiH1) produzem seus efeitos – tanto os desejáveis como os adversos. Além disso, os anti-histamínicos de primeira geração causam conhecidos efeitos adversos, deprimindo as funções cognitivas, causando sonolência, entre outros.

O critério de classificação de um AH1 como sedante ou não-sedante é baseado no perfil de eventos adversos (como as queixas espontâneas de sonolência e fadiga) relacionados ao seu uso. Para o AH1 ser considerado não sedante, deve apresentar incidência de sintomas depressores menor ou igual à do placebo. Do contrário, obrigatoriamente a bula do medicamento deve alertar os consumidores sobre a possibilidade de tais efeitos, recomendando cautela durante a condução de veículos e operação de máquinas

Mesmo em doses terapêuticas, antagonistas de primeira geração, ou seja, anti-histamínicos 1, produzem efeitos em sistema nervoso central, como sonolência, redução do estado de alerta, incoordenação motora e prejuízo de função cognitiva. Para reduzir a repercussão desses efeitos, devem ser usados à noite. Antagonistas de segunda geração em doses usuais tem notadamente menor efeito sedativo que os de primeira. No entanto, o aumento de dosagem acarreta prejuízo das funções do Sistema Nervoso Central.

Os miorrelaxantes são fármacos que deprimem a parte do sistema nervoso central que controla o tónus muscular, que é o estado de contração parcial dos músculos. São utilizados para aliviar a dor muscular, em certos procedimentos ortopédicos, entre outros.

Porém esses medicamentos podem promover efeitos adversos como sonolência. Pacientes tratados com estes miorrelaxantes devem evitar exercer atividades que requeiram coordenação motora e pensamento lógico, ou seja, não dirigir ou operar máquinas se se sentir sonolento quando tomar este medicamento e evitar o consumo de álcool.

Lais Oliveira Reis – 6º semestre do curso de Farmácia

Referências:

CRIADO, P.R; MARUTA, W.C.; CRIADO, R.F.J; FILHO, C.A.M. Histamina, receptores de histamina e anti-histamínicos: novos conceitos. An Bras. Dermatol. 2010;85(2):195-210

Aracy P. S. Balbani1, Marcello Caniello2, Mônica A. M. Miyake1, João F. De Mello Júnior3, Ossamu Butugan.Rinites e anti-histamínicos: impacto na cognição e psicomotricidade. Revista Bras. De alergia e imunopatologia.

SIMONS,.F.E.R; SIMONS,K.J. Drug therapy: the pharmacology and use of H (sub1)- receptor-antagonist drugs. 1994; 330;1663-70

Wilson DR, Torres Lima M, Durham SR. Sublingual immunotherapy for allergic rhinitis (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 1, 2006.

KOROLKOVAS, A; FRANÇA,F.F.A.C.Dicionário, DTG terapêutico Guanabara editora Guanabara Koogan p.15. ed.2010/2011


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