O uso de substâncias químicas
para melhorar a dor e a inflamação é uma das necessidades mais antigas da
humanidade. Os anti-inflamatórios não esteroidais entram nesse contexto realizando
a inibição da produção da prostaglandina, substância gerada pelo organismo e responsável
pelo processo inflamatório. São utilizados no tratamento de dor pós-operatória,
osteoartrite, artrite reumatoide e dores musculoesqueléticas, entre diversas
condições. Seus principais efeitos são anti-inflamatório, analgésico e
antipirético.
Essa classe de medicamento
integra o grupo dos fármacos mais prescritos em todo mundo e mais utilizados na
prática da automedicação. Nos Estados Unidos, respondem por mais de 70 milhões
de prescrições e mais de 30 bilhões de comprimidos de venda livre
comercializados anualmente.
Esses fármacos apresentam um
perfil de segurança muito bom, porém apresentam alguns efeitos colaterais
indesejáveis, que observando as condições individuais, podem levar a um
problema mais sério. O efeito mais comum consiste na indução à ulceração
gástrica ou intestinal que, algumas vezes, pode ser acompanhada de anemia
devido a consequente perda de sangue.
Podem apresentar efeitos tóxicos
no fígado desde uma leve alteração, passando por uma insuficiência hepática aguda,
até a morte. Pode exibir efeitos
cardiovasculares adversos, como infarto agudo do miocárdio, insuficiência
cardíaca e acidente vascular cerebral. A ocorrência é predominante em pacientes
com história prévia de doença cardiovascular ou com alto risco para
desenvolvê-la.
Apresentam efeitos adversos nos
rins, intervindo na manutenção da função renal. Como consequência, os efeitos
renais contribuem para um possível aumento do risco cardiovascular. Podem
causar edema, aumento da tensão arterial, insuficiência renal aguda, em
determinados pacientes com doença renal pré-existente.
Esta classe terapêutica, apesar
do uso disseminado, exige muita cautela. É preciso sempre ter em vista
histórico cardiovascular, renal, gástrico, portanto fica evidente que a prática
da automedicação pode causar danos irreversíveis. Não se automedique, procure
sempre a orientação de um médico.
Marina Maria de Oliveira - 10º Semestre
do curso de Farmácia
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n.1, Jan. - Jun./2009
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