A anemia por deficiência de
ferro, ou seja, ferropriva, ainda está entre as principais deficiências
nutricionais, encontradas especialmente nos países em desenvolvimento e nos grupos
de gestantes e de lactentes. Devido a uma dieta incompleta, a situação
socioeconômica difícil, o próprio período de gestação ou crescimento da
criança, quando são exigidos mais nutrientes, pode provocar essa deficiência. Os
sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, sendo os principais:
a fadiga generalizada, falta de apetite, palidez de pele e mucosas (parte
interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldades
motoras e de aprendizagem nas crianças.
Aproximadamente 600 milhões de
crianças são anêmicas em todo mundo, cerca de 50% dos casos são derivados da
deficiência de ferro. Estima-se que ao redor do mundo, mais de 90.000 mortes de
ambos os sexos e em todos grupos de idade são devido à anemia ferropriva. No
Brasil, estudos em diferentes regiões revelam alta prevalência da doença,
estimando-se que cerca de 4,8 milhões de crianças pré-escolares sejam
atingidos. Pode ser considerada um grave problema de saúde pública, atingindo
uma em cada duas crianças menores de cinco anos de idade (54,9%).
O nosso sangue tem em sua composição
uma proteína chamada hemoglobina, cuja a função é absorver e transportar
oxigênio. Isto só é possível pela presença do ferro em seu interior, é a ele
que o oxigênio se liga para ser transportado. Portanto, é um elemento de extrema
importância para o funcionamento energético do organismo.
O ferro que necessitamos deve ser
obtido usualmente da dieta, uma alimentação balanceada basta para a manutenção
em nosso organismo, sem necessidade de suplementação. As melhores fontes de
ferro são as carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e
outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes,
mariscos crus. Lembrando que esses alimentos devem ser ingeridos com adequação,
em função do alto teor de gordura presente. Entre os alimentos de origem
vegetal, destacam-se como fonte de ferro os folhosos verde-escuros (exceto
espinafre), como agrião, couve, cheiro-verde e as leguminosas (feijões, fava,
grão-de-bico, ervilha, lentilha).
O ácido ascórbico, mais conhecido
como vitamina C, quando ingerido junto ao ferro, potencializa a sua absorção.
Ele mantém o ferro num estado mais biodisponível, ou seja pronto para ser
absorvido. Alimentos que contém vitamina C, como as conhecidas frutas cítricas
(laranja, limão e abacaxi), verduras como tomate, espinafre e alface, ingeridos
junto com o ferro alimentar ou suplementar ajudam no combate a anemia.
Nos casos em que a anemia esteja
instalada, usa-se suplemento de ferro. Neste ponto é preciso cautela, existe
uma cultura de automedicação em que ao primeiro sinal de cansaço já se compra
ferro ou vitaminas para ficar mais “disposto”. Há até mesmo um uso recomendado
de ferro sem que exista comprovação de anemia ou por períodos prolongados. O
excesso dele pode ser prejudicial ao nosso organismo ocasionando problemas
cardiovasculares, na produção hormonal, cirrose, vômitos, diarreia, dentre
outros.
Ao ser diagnosticado com anemia
ferropriva, é importante que haja uma mudança de alimentação aliada a suplementação,
se necessário. Procure sempre a orientação de um profissional de saúde que
possa auxiliar e tirar as dúvidas, não se automedique.
Marina Maria de Oliveira - 10º semestre do curso de Farmácia
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2008.
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