A dor é uma sensação desagradável
e angustiante que está associada a diversos fatores, sendo muito presente em
pacientes terminais com câncer. A dor tem um caráter subjetivo, ou seja, cada
indivíduo apresenta um tipo de reação diferente ao sentir determinado estímulo
de dor. Por conta dessa subjetividade, um dos maiores problemas na hora de
tratar a dor de um paciente é diagnosticar a intensidade da dor que este
paciente está sentindo e determinar qual o medicamento adequado para o
tratamento.
A OMS estabelece padrões
internacionais para o diagnóstico da intensidade da dor por meio de
instrumentos como escalas, a fim de poder avaliar a escolha de tratamento do
paciente com mais precisão. Porém, a dor tem como ser controlada de forma
racional e adequada com o uso de analgésicos. Quando sua intensidade extrapola
a capacidade de controle, existe a opção da sedação.
A sedação é um método muito comum
e utilizado, sendo que os sedativos têm a capacidade de deprimir o sistema
nervoso central e tendem a manter a atividade cerebral reduzida. Ela tem a
finalidade de favorecer o conforto e o bem-estar para o paciente, havendo
diferentes níveis de sedação. Quando o nível da dor é considerado baixo, mas
causa desconforto no paciente levando-o a ficar mais agitado e angustiado,
utiliza-se drogas ansiolíticas como os benzodiazepínicos, que são indutoras do
sono e modificam a percepção da dor. Quando a dor é moderadamente intensa,
utilizam-se fármacos analgésicos, como os opioides, sendo que a potência do
opioide será definida conforme a intensidade da dor do paciente. Estes fármacos
diminuem a condução nervosa da dor e produzem um poderoso efeito sedativo,
dando efeitos de sonolência e desorientação.
Quando a sensação de dor do
paciente se encontra em níveis elevados, a fim de manter a segurança, controlar
a ansiedade e o desconforto do paciente, o coma induzido pode ser recomendado.
O coma induzido é uma intensa sedação farmacológica controlada que visa
provocar a inconsciência do paciente. É muito comum ser necessário em casos no
qual o indivíduo necessita de cuidados especiais como a utilização de
respiradores artificiais, pois o organismo dele não é capaz de se estabilizar
em um estado de oxigenação adequado. Porém, como é um estado de sedação
controlado, há o controle clínico do grau de consciência do paciente em coma
por meio de escalas pré-definidas pela OMS.
Para que a sedação seja eficaz, é
importante a avaliação da medicação a ser prescrita, assim como o custo da
terapia e os efeitos adversos que ela poderia causar no paciente. Haver a
diminuição ou a ausência do sedativo é de extrema relevância, pois assim pode
haver o desmame da terapia e o paciente estar ciente e poder interagir no meio
em que está. É importante lembrar que cada paciente tem as suas
particularidades, por isso é necessário haver ainda mais atenção na escolha de
sedá-lo ou não e após a sedação.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 3º semestre do curso de
Farmácia
Referências:
LUNA, A.A et al. AVALIAÇÃO DE DELIRIUM EM PACIENTES EM USO
DE SEDATIVOS. Revista Rede de Cuidados em Saúde. Rio de Janeiro. v.5, n.1,
2011.
KRAYCHETE,
D.C et al. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte II. Uso
em crianças e idosos. Revista Dor. São Paulo. v.15, n.1, Jan./Mar. 2014.
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