As doenças articulares, de modo
geral, podem ser tratadas de forma medicamentosa e não medicamentosa. Dentre as
opções de tratamentos medicamentosos, a glucosamina e condroitina são opções biológicas
muito utilizadas, mesmo sem fortes evidências científicas. Acredita-se que a glucosamina
participe da produção dos componentes das cartilagens articulares. Alguns
estudos mostraram eficiência na melhoria dos sintomas e diminuição da velocidade
de progressão das lesões articulares. A condroitina também se mostrou eficaz no
alívio de sintomas e na estimulação da produção dos componentes articulares,
porém não se pôde evidenciar diminuição da velocidade de progressão das
doenças.
A associação da glucosamina com
condroitina é muito comum, porém a capacidade somatória de seus efeitos ainda
está sendo estudada. Pesquisas mostram que os estudos patrocinados pela
indústria farmacêutica obtiveram resultados positivos maiores quanto ao uso da
medicação. Muitos autores salientam que, caso sejam avaliados apenas os estudos
sem conflitos de interesse com a indústria farmacêutica, não existem benefícios
clinicamente relevantes no uso do medicamento. Portanto, o uso da glucosamina e
condroitina no tratamento de doenças articulares ainda é alvo de discussão.
Alguns médicos defendem o uso de
tais medicamentos, pois muitos pacientes testemunham o alívio das dores e
melhora nas funções articulares. Porém, outros não apresentam nenhum benefício
significativo. Portanto, a utilização deve ser feita apenas caso o médico
considere benéfico. A falta de evidências científicas as quais encorajem do uso
do medicamento implica na avaliação do seu custo-benefício. Por isso, o custo
deve ser suportado pelo paciente, pois ele não deverá ser financiado pelo
sistema de saúde.
Apesar da ausência de eficácia
clinicamente relevante, esses medicamentos tem se mostrado seguros e afirma-se
não haver contraindicação de utilização pelos pacientes que apresentam doenças
articulares.
Por fim, acredita-se que seja
imprescindível a realização de mais estudos, independentes de indústrias
farmacêuticas, com grande número de pacientes avaliados, os quais estudem o
real custo-benefício do medicamento no alívio dos sintomas das doenças
articulares, com o intuito de encorajar ou desencorajar seu uso de forma
racional.
Thaís Damin Lima – 7º semestre do
curso de Farmácia
Referências:
JÚNIOR, O. V. L.; INÁCIO, A. M.
Uso de glucosamina e condroitina no tratamento da osteoartrose: uma revisão da
literatura. Rev Bras Ortop, São Paulo, v. 48, n. 4, p. 300-306, 2013.
FERREIRA, Liliana; GOMES, Eva.
Papel da glucosamina no alívio dos sintomas da osteoartrose: revisão baseada na
evidência. Rev Port Med Geral Fam, Lisboa, v. 30, n. 6, p.
378-384, dez 2014.
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