quarta-feira, 1 de junho de 2016

Medicamentos para cuidados paliativos

Os cuidados paliativos consistem em uma terapêutica dirigida a pacientes em fase terminal, ou seja, pessoas com pouco tempo de vida, pois o tratamento convencional não obtém mais resultados. Este cuidado consiste em amenizar a dor e outros sintomas, visando proporcionar condição de uma morte digna e com conforto ao paciente. Utiliza-se de medicamentos que ajudam amenizar as dores dos últimos momentos de vida.

É realizada por equipe multidisciplinar, composta por farmacêuticos, médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros. Atuam 24 horas por dia no cuidado do paciente e de seus familiares.

Uma das doenças que mais requer este tipo de cuidado é o câncer, em razão das dores, dos enjoos e outros mal-estares comuns ao estágio final de uma doença.

Existem medicamentos classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como essenciais ao cuidado paliativo, com resultados que melhoram os sintomas que prejudicam o conforto do paciente.

Medicamentos como os anti-inflamatórios não-esteroides (AINES) são indicados para o combate à dor, febre e inflamação. Esta classe aparecerá na maioria das prescrições em pacientes terminais sob os cuidados paliativos, o alívio da dor traz conforto. A febre e a inflamação podem ocorrer devido efeitos colaterais do tratamento ou por outros fatores.

Alguns pacientes, principalmente os idosos, podem apresentar agressividade com os cuidadores que interagem com eles, alguns podem desenvolver insônia ou outros problemas relacionados ao sono e temperamento, nestes casos a classe de medicamentos usados são os ansiolíticos e antidepressivos, que também servem como relaxante muscular. Esta agressividade pode se dar ao fato da perda da consciência do paciente em relação ao tratamento, ou em caso de tumores cerebrais.

Outro efeito colateral que é muito comum em pacientes terminais que recebem tratamento com drogas potentes, são náuseas e enjoos, sintomas tratados com medicamentos antieméticos, fazendo a taxa de pacientes que recusam o tratamento pelo desconforto dos efeitos colaterais diminuir, proporcionando alívio à família e ao paciente.

Dependendo do tratamento ou da localidade da doença, o esvaziamento gástrico (processo que consiste na passagem do alimento do estômago para o duodeno) pode ser afetado, neste caso recomenda-se o uso de bloqueadores dopaminérgicos que induzem o esvaziamento gástrico e tem efeito semelhante ao antiemético.

O uso de alguns medicamentos e a falta de movimentos peristálticos podem trazer constipação ao paciente, fazendo necessário o uso de laxantes que estimulam a motilidade intestinal.

Juliana Soares do Espirito Santo – 3º semestre do curso de Farmácia

Referências:

BATLOUNI, Michel. Anti-inflamatórios não esteroides: Efeitos cardiovasculares, cérebro-vasculares e renais. Arq. Bras. Cardiol. São Paulo ,  v. 94, n. 4, p. 556-563,  Abril, 2010 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2010000400019&lng=en&nrm=iso

RANGEL, O; TELLES, C. Tratamento da dor oncológica em cuidados paliativos. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2012; 11(2): 32 - 37

ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. Nova Lista de Medicamentos da OMS Inclui Cuidados Paliativos. Julho, 2013. Disponível em: http://www.paliativo.org.br/noticias/2013/07/nova-lista-de-medicamentos-essenciais-da-oms-inclui-cuidados-paliativos/

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 19º Lista de Medicamentos Essenciais. Aug, 2015. Disponível em: http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/  

BECKER, J; NARDIM, J.M. Utilização de Antieméticos no Tratamento Antineoplásico de Pacientes Oncológicos. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar, o v.2 n.3 18-22. São Paulo, dez. 2011. Disponível em: http://www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/artigos/RBFHSSV2N3%20artigo03.pdf

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