Os cuidados paliativos consistem em uma
terapêutica dirigida a pacientes em fase terminal, ou seja, pessoas com pouco
tempo de vida, pois o tratamento convencional não obtém mais resultados. Este
cuidado consiste em amenizar a dor e outros sintomas, visando proporcionar
condição de uma morte digna e com conforto ao paciente. Utiliza-se de
medicamentos que ajudam amenizar as dores dos últimos momentos de vida.
É realizada por equipe
multidisciplinar, composta por farmacêuticos, médicos, enfermeiros,
nutricionistas e outros. Atuam 24 horas por dia no cuidado do paciente e de
seus familiares.
Uma das doenças que mais requer este
tipo de cuidado é o câncer, em razão das dores, dos enjoos e outros mal-estares
comuns ao estágio final de uma doença.
Existem medicamentos
classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como essenciais ao
cuidado paliativo, com resultados que melhoram os sintomas que prejudicam o
conforto do paciente.
Medicamentos como os
anti-inflamatórios não-esteroides (AINES) são indicados para o combate à dor,
febre e inflamação. Esta classe aparecerá na maioria das prescrições em
pacientes terminais sob os cuidados paliativos, o alívio da dor traz conforto.
A febre e a inflamação podem ocorrer devido efeitos colaterais do tratamento ou
por outros fatores.
Alguns pacientes, principalmente
os idosos, podem apresentar agressividade com os cuidadores que interagem com
eles, alguns podem desenvolver insônia ou outros problemas relacionados ao sono
e temperamento, nestes casos a classe de medicamentos usados são os
ansiolíticos e antidepressivos, que também servem como relaxante muscular. Esta
agressividade pode se dar ao fato da perda da consciência do paciente em
relação ao tratamento, ou em caso de tumores cerebrais.
Outro efeito colateral que é
muito comum em pacientes terminais que recebem tratamento com drogas potentes,
são náuseas e enjoos, sintomas tratados com medicamentos antieméticos, fazendo
a taxa de pacientes que recusam o tratamento pelo desconforto dos efeitos
colaterais diminuir, proporcionando alívio à família e ao paciente.
Dependendo do tratamento ou da
localidade da doença, o esvaziamento gástrico (processo que consiste na
passagem do alimento do estômago para o duodeno) pode ser afetado, neste caso
recomenda-se o uso de bloqueadores dopaminérgicos que induzem o esvaziamento
gástrico e tem efeito semelhante ao antiemético.
O uso de alguns medicamentos e a
falta de movimentos peristálticos podem trazer constipação ao paciente, fazendo
necessário o uso de laxantes que estimulam a motilidade intestinal.
Juliana Soares do Espirito Santo
– 3º semestre do curso de Farmácia
Referências:
BATLOUNI, Michel. Anti-inflamatórios não esteroides: Efeitos
cardiovasculares, cérebro-vasculares e renais. Arq. Bras. Cardiol. São
Paulo , v. 94, n. 4, p. 556-563, Abril, 2010 . Disponível
em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2010000400019&lng=en&nrm=iso
RANGEL, O; TELLES, C. Tratamento
da dor oncológica em cuidados paliativos. Revista Hospital Universitário Pedro
Ernesto. 2012; 11(2): 32 - 37
ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. Nova Lista de
Medicamentos da OMS Inclui Cuidados Paliativos. Julho, 2013. Disponível em: http://www.paliativo.org.br/noticias/2013/07/nova-lista-de-medicamentos-essenciais-da-oms-inclui-cuidados-paliativos/
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. 19º
Lista de Medicamentos Essenciais. Aug, 2015. Disponível em: http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/
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