O conjunto das chamadas Doenças Crônicas Não
Transmissíveis é responsável por próximo da metade dos casos de doenças e de
mortes no mundo e Brasil. Esse conjunto é formado por doenças cardiovasculares,
inclusive hipertensão, cânceres, doenças respiratórias crônicas, diabetes, obesidade
e mais outras. Ainda que muitas medicações para essas doenças tenham surgido, a
mudança no estilo de vida pode apresentar melhor resultado do que o uso dos
medicamentos.
A medicação não deixou de ser importante, porém
não pode ser considerada como única estratégia terapêutica. A redução do peso
corporal, da ingestão do sal e do consumo de bebidas alcoólicas, além da
realização de exercícios físicos com regularidade, são ações fundamentais para
melhor controle ou prevenção da doença. O tipo de alimento também é importante.
Opte por alimento integral, não use açúcar em excesso e corte ao máximo a
ingestão de gordura.
Alguns estudos indicam que, para alguns
portadores de diabetes, o estilo de vida pode ser mais eficaz do que o uso de
medicamentos. Sempre sob orientação médica, uma mudança real na maneira de se
viver pode reduzir pela metade o número de indivíduos com diabetes. Já a
pressão arterial pode diminuir em até 20 mmHg, ou seja, dois pontos ao se reduzir
10 kg no peso corporal. Até a dança de salão praticada de forma regular pode
reduzir a necessidade de medicamentos.
Um estudo interessante comparou dois grandes
grupos de pessoas portadoras de diabetes. Para um deles, foi dada muita ênfase
na mudança do estilo de vida e para outro, apenas a intervenção medicamentosa.
Ao final do estudo, o grupo com a intervenção para mudança no estilo de vida
apresentou diferenças significativas, além do controle do diabetes, como
redução de peso, da pressão arterial sistólica e melhoria no perfil lipídico
(quantidade de colesterol no sangue). O grupo que apenas usou a medicação
melhorou apenas no parâmetro glicemia (concentração de açúcar no sangue). Mas
esse estudo foi conduzido por quatro anos, ou seja, a mudança no estilo de vida
precisa ser considerada para o resto da vida. Mesmo usando-se medicamentos, a
mudança no estilo de vida pode trazer resultados mais permanentes e
consistentes como um todo.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico
pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia
pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e
doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da
UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
* Texto publicado originalmente no dia 18 de
setembro de 2011 no Jornal da Orla
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