Um desejo da população e um dos
adornos mais antigos na história humana é a mudança na coloração do cabelo. As
tinturas de cabelo são classificadas em naturais e sintéticas. São extraídas de
um arbusto norte americano (Lawsonia inermis) ou manufaturadas com uma
substância sintética purificada.
Para cobrir os fios brancos ou
cinzas são utilizados corantes à base de sais metálicos, principalmente o
acetato de chumbo. Porém, essa substância é tóxica e a concentração máxima nos
produtos de uso pessoal é restrita a 0,6% nos EUA. No Brasil, estava proibida
desde 2006 e, recentemente, foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) para uso de tinturas capilares, obedecendo aos mesmos
critérios de aplicação pelos EUA.
Em relação aos corantes
sintéticos, podem ser classificados de acordo com o tempo de duração nos
cabelos: temporário, semipermanentes e permanentes. É possível classificá-la,
também, pelo mecanismo de reação com o cabelo: corantes oxidativos, que são as
tinturas permanentes, e corantes diretos, que são as tinturas temporárias e
semipermanentes.
Os possíveis efeitos tóxicos que ocorrem
devido à exposição das pessoas a produtos cosméticos estão sendo reavaliados.
No entanto, a classificação dos produtos cosméticos vem sendo discutida de
forma global. Na Comunidade Europeia, por exemplo, os protetores solares são
classificados como cosméticos e nos EUA esses produtos são classificados como
OTC drugs (over-the-counter) ou seja, considerados de venda livre.
Na Europa e no Brasil, as
tinturas capilares são consideradas cosméticos, no entanto, no Japão são
classificados como “quase-drogas”, termo utilizado por eles para definir
substâncias que tenham baixa a moderada ação farmacológica e que são utilizadas
para fins específicos.
No Brasil, a ANVISA, responsável
pela autorização de comercialização de produtos cosméticos, diz que antes do
produto ser lançado no mercado, a segurança deve ser avaliada pelo próprio
fabricante ou importador por vários ensaios toxicológicos (corrosividade e
irritação da pele toxicidade, irritação nos olhos, entre outros).
A toxicidade de corantes de
cabelo e algumas substâncias utilizadas na composição é pouco investigada e
ainda existem muitos conflitos nesses dados, principalmente em relação ao real
risco aos consumidores.
Podemos observar uma escassez de
informações relacionadas à toxicidade e mutagenicidade dos corantes de cabelo
que estão disponíveis à população.
Lais Oliveira Reis - 8º semestre do curso de Farmácia.
Referências:
OLIVEIRA, R.A.G, et.al. A química
e toxicidade dos corantes de cabelo, Quim. Nova, Vol. 37, No. 6, 1037-1046,
2014.
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