quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Evolução da febre amarela



A febre amarela é uma doença viral transmitida entre humanos pelo Aedes aegypti e entre macacos por outros mosquitos que podem, eventualmente, picar os humanos e transmitir o vírus. Quando transmitido entre humanos é chamada de febre amarela urbana e quando entre animais e destes para os humanos, febre amarela silvestre. Mas é a mesma doença com os mesmos sintomas e evolução.É uma doença que gera imunidade que pode ser conseguida depois de ficar doente ou mais adequadamente através da vacinação.

Uma vez picado por um mosquito infectado, os sintomas podem surgir após o período de incubação que varia entre três e seis dias.  A intensidade dos sintomas varia entre um quadro discreto, quase imperceptível, até a uma situação de maior gravidade, podendo causar morte. Os primeiros sintomas são inespecíficos, como febre alta de início súbito, sensação de mal-estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. Passadas algumas horas podem surgir náuseas, vômitos e, eventualmente, diarreia. Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes (85%) recupera-se completamente.

Quando o quadro se agrava, o risco de morte é alto, em até 50% dos casos, mesmo quando bem assistidos pelo sistema de saúde. Os 15% da forma grave surge, normalmente, depois de dois de aparente melhora, com o reaparecimento da febre, vômitos eventualmente escurecidos pela hemorragia gastrintestinal.
Pode haver sangramento de nariz e de gengivas, além de equimoses (manchas arroxeadas pela pele). Pelo acometimento do fígado, a pessoa pode apresentar icterícia. Os rins também podem ser afetados e apresentar um quadro de diminuição na capacidade de produção de urina.

Como os sintomas não são específicos, o diagnóstico clínico, feito pela análise médica dos sintomas, pode ser confundido com outras doenças como formas graves de malária, leptospirose, febre maculosa, febre hemorrágica do dengue e dos casos fulminantes de hepatite. O diagnóstico diferencial deverá ser feito em laboratório.

Não há tratamento específico contra o vírus, apenas reposição de líquidos e das perdas sanguíneas. O vírus estará presente no sangue do indivíduo infectado entre dois dias antes do aparecimento dos sintomas até cinco dias após seu aparecimento. Durante essa fase, se o Aedes o picar, irá se contaminar e poderá transmitir o vírus para outra pessoa.
Já está provado que o Aedes é capaz de transmitir o vírus da febre amarela, mas com capacidade de transmissão inferior quando comparado a outros vírus (dengue, Zika e chikungunya).

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas- USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.

*Publicado originalmente pelo Jornal da Orla 

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