A gripe causada pelo vírus da Influenza
H1N1 tem sido um dos grandes problemas de saúde pública mundial. O vírus
identificado como H1N1 já causou várias pandemias, como a denominada gripe
espanhola, em 1918, infectando 5% da população do mundo e causando entre 20 e
50 milhões de mortes (MEIRELLES 2009). Em 2009, outra pandemia causada por este
vírus, fruto de um rearranjo de dois tipos de vírus, o triplo-recombinante da
Influenza A e o vírus H1N1 que na Europa, circulava entre suínos (Canzi; Timm; Colacite, 2012). O
vírus H1N1 pode afetar os suínos, causando doença respiratória e é possível
infectar o homem por contato direto, apesar da contaminação mais comum ser a de
entre os seres humanos.
O vírus responsável por essa última
epidemia tem material genético de vírus que se utilizaram dos suínos, das aves
e do ser humano como hospedeiro (GRECO et
al, 2009). Isto é possível porque, dentre suas características, o vírus
sofre alterações antigênicas durante sua passagem pelos diversos hospedeiros,
produzindo novas respostas imunológicas (Trabulsi et al, 2002). Essa recombinação deixa o organismo humano suscetível
à epidemia, uma vez que ainda não informação imunológica para seu combate.
Um vírus é caracterizado como um parasita intracelular obrigatório, que se utiliza dos sistemas enzimáticos
celulares do hospedeiro para a síntese de elementos especializados, os quais
fazem parte da sua estrutura. Assim, o vírus é totalmente dependente de uma
célula para sua replicação (Trabulsi et
al, 2002). A natureza fragmentada do material
genético do vírus Influenza induz altas taxas de mutação durante a fase de
replicação, em especial da hemaglutinina e neuraminidase . A atividade
da enzima viral neuraminidase é importante tanto para a entrada do vírus em
células não infectadas quanto para a liberação de partículas virais formadas
recentemente de células infectadas e a expansão posterior do vírus infeccioso
no organismo (Canzi;
Timm; Colacite, 2012)
O
agente etiológico da gripe H1N1 é o vírus Myxovirus Influenzae, que pertence à família Orthomyxoviridae,
que popularmente é conhecido como Influenza. Os
vírus Influenza são partículas envelopadas de RNA, de fita simples, que está
associado a uma nucleoproteína helicoidal e fragmentado em oito porções de
ribonucleoproteínas. Seu
tamanho varia de 80 a 120 nanômetros.
O seu envoltório é lipoproteico e revestido por uma proteína antigênica,
que define o tipo do vírus em A, B, ou C. Apenas os vírus do tipo A e B têm
relevância clínica. Na superfície externa do envoltório do vírus, existem duas
glicoproteínas, a Hemaglutinina e a Neuraminidase, que possuem importante papel
na patogênese viral. Suas combinações determinam o subtipo viral (LENZI, 2009).
Existem
16 subtipos de hemaglutinina e nove de neuraminidase, que resultam em 144
combinações possíveis das proteínas. E
assim vários tipos de vírus possíveis. Dessas combinações, apenas três, a H1N1,
H2N2 e H3N2 são normalmente capazes de infectar humanos (GRECO et al 2009).
Novas mutações tem se apresentados As atividades das duas glicoproteínas são
alvos dos anticorpos que bloqueiam a infecção e, como resultado da pressão da
resposta imune, as propriedades antigênicas das glicoproteínas variam quando
infecções repetidas ocorrem durante uma pandemia (LENZI
2009).
Duas classes de
medicamentos estão atualmente disponíveis para a prevenção e tratamento da Influenza,
os inibidores dos canais de íon M2 a Amantadina e Rimantadina e os inibidores de neuraminidase o Zanamivir e
o Oseltamivir. No Brasil , o Ministério da Saúde disponibiliza, o
Oseltamivir como medicamento para o tratamento da gripe causada pelo Influenza
H1N1 (LENZI 2009).
O fosfato de oseltamivir é um agente antiviral oral, inibidor
potente e seletivo da neuraminidase do
vírus da gripe A e B que é uma das glicoproteínas de ação do vírus.
(Canzi; Timm; Colacite,
2012). A atividade da enzima neuraminidase no vírus Influenza é essencial para
a liberação do mesmo das células do hospedeiro ao fim do processo de replicação
e para sua propagação por todo o muco das vias respiratórias. (LENZI 2009). Assim,
os inibidores da neuraminidase bloqueiam a replicação do vírus da gripe na
célula hospedeira infectada, evitam a liberação dos vírions da superfície
celular e previnem a infecção de novas células (Canzi; Timm; Colacite, 2012).
O oseltamivir é um
pró-fármaco hidrolisado principalmente no fígado para seu metabólito ativo,
carboxilato de oseltamivir, por meio da ação das esterases. Cerca
de 75% da dose oral chegam à circulação sistêmica como carboxilato de
oseltamivir. Aproximadamente 42% se ligam às proteínas plasmáticas e são
eliminados pela urina. Sua meia-vida de eliminação é de cerca de uma a três horas
e a do metabólito ativo está entre seis a dez horas (LENZI 2009).
Isadora Dias Ribeiro Santos – 5º semestre de Farmácia
Referências
GRECO,
D. et al. Influenza A (H1N1) :
histórico, estado atual no Brasil e no mundo perspectivas. Rev Med Minas
Gerais, v.19,
n.2, p. 132-139, 2009. Disponível em: <http://rmmg.medicina.ufmg.br/index.php/rmmg/article/
viewDownloadInterstitial/119/101>. Acesso em :15 mai. 2013
CANZI, K.; TIMM, A. ; COLACITE, J. Avaliação do tratamento realizado com o antiviral
fosfato de oseltamivir e os exames laboratoriais de pacientes diagnosticados
com gripe A subtipo H1N1 em um hospital da cidade de Toledo. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 3, n. 1, jun . 2012.
Disponível em:< dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/3969909.pdf> . Acesso em :15
mai 2013.
LENZI, L. Avaliação da
efetividade de oseltamivir no tratamento da Nova Influenza A H1N1. 2011. 133 f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) Programa de Pós Graduação em
Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. Disponível em: <http://www.farmaceuticas.ufpr.br/teses/ver/87
>.Acesso
em :15 mai 2013.
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