A cefaleia é um importante problema de saúde pública no
Brasil e no mundo causando impacto em nível individual e social devido a
diversos fatores. Essa condição clínica acarreta, graças à sua alta incidência
e ao elevado potencial de cronificação, comprometimento econômico, além de
redução na qualidade de vida de quem a sente.
A enxaqueca, também conhecida como migrânea é uma doença
neurovascular que se caracteriza por crises repetidas de dor de cabeça que
podem ocorrer com uma freqüência bastante variável. Enquanto alguns pacientes
apresentam poucas crises durante toda a vida, outros relatam diversos episódios
a cada mês.
De acordo com pesquisas científicas ainda não há uma
determinação sobre a fisiopatologia da enxaqueca. A cefaleia é um dos males
humanos mais comuns e a queixa mais frequente dos pacientes examinados por
neurologistas. Um grande percentual de pacientes com cefaleia é diagnosticado
como tendo enxaqueca, um subtipo específico de cefaleia que aflige
aproximadamente 10 a 20% da população.
A frequência da enxaqueca é extremamente variável, mas, em
geral, pode ocorrer desde uma a duas vezes por ano, até um a quatro casos por
mês. A enxaqueca também pode ser precedida por um fenômeno neurológico focal
chamado “aura”. Em geral, a aura é percebida como uma alteração visual, mas
pode envolver alterações sensitivas e/ou motoras. Também podem ocorrer auras
sem cefaléia. O controle desse problema pode ser pela via medicamentosa ou a
atenção profilática não medicamentosa, para se evitar as crises.
O tratamento não medicamentoso consiste em evitar os fatores
desencadeantes que são os alimentos condimentados, bebidas alcoólicas,
embutidos, gorduras, entre outros. O médico deverá fazer um estudo do cotidiano
do paciente para identificar os fatores desencadeantes.
Também como ações preventivas existem tratamentos que podem
ser divididos de acordo com a atuação nas áreas física e mental. As terapias
físicas incluem a fisioterapia com suas diversas técnicas, entre elas, postura
e relaxamento muscular. Outras formas de tratamento sem medicamento que atuam
fisicamente são os exercícios físicos e a acupuntura. Como os fatores emocionais,
como o estresse, podem desencadear crises, o fato de evitar esse tipo de
situação é uma forma de evitar as crises.
O tratamento profilático é empregado naqueles pacientes que
apresentam crises freqüentes (mais do que duas crises por mês), o médico deverá
estar à frente de qualquer estratégia terapêutica. Evitar os fatores
desencadeantes, fazer exercícios físicos, dormir bem, nāo exagerar no álcool e nāo
se preocupar excessivamente, ainda são medidas eficazes no controle de crises.
O tratamento medicamentoso baseia-se no uso de analgésicos comuns
e anti-inflamatórios, para aliviar as crises, ou seja, sintomáticos. A
associação da medicação analgésica com drogas antieméticas é frequentemente
utilizada na prática clínica, principalmente em crianças menores, que muitas
vezes só se queixam da dor quando já apresentam sensação de náuseas ou vômitos,
os familiares devem estar atentos aos sintomas. Para isso, um neurologista
deverá ser consultado. O médico irá diagnosticar a enxaqueca após criteriosa
avaliação dos sintomas e fatores desencadeantes das crises.
É imprescindível tratar o problema na sua origem, evitando
que o sistema de dor dispare excessivamente. Há de se considerar que os
analgésicos não devem ser usados como preventivos.
Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia
Referências:
GILMAN, A. G. et al. Goodman e Gilman: As bases
farmacológicas da terapêutica. 9 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill do Brasil,
1996. 1436p.
KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J. H. Química farmacêutica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 783 p.
STEFANE, Thais et al. Influência de tratamentos para
enxaqueca na qualidade de vida: revisão integrativa de literatura. Rev. bras.
enferm., Brasília, v. 65, n. 2, Abr. 2012.
Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 14 nov.
2014.
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