Para muitas pessoas, o uso das plantas como terapêutica
medicamentosa é considerada produtos do tipo “água com açúcar”, sem valor.
Porém, os estudos sobre os benefícios de seu uso só evoluem. Desde os
primórdios da civilização o ser humano faz o uso das plantas medicinais,
consumindo chás, infusões e plantas como remédio naturais.
Existem diferenças entre plantas medicinais e fitoterápicos.
As duas podem ser classificadas como terapia de origem vegetal. As plantas
medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição
de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso
conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la. De acordo com a
legislação brasileira, plantas medicinais podem ser vendidas apenas em
farmácias ou herbanários. Nesses locais, devem estar corretamente embaladas e
acompanhadas da classificação botânica (nome científico) no rótulo. A embalagem
de uma planta medicinal não pode apresentar indicações para uso terapêutico.
Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um
medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização
evita contaminações por micro-organismos, agrotóxicos e substâncias estranhas,
além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo
uma maior segurança de uso. Os fitoterápicos industrializados devem ser
registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, antes de
serem comercializados.
São considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com
emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Não se considera
medicamento fitoterápico aquele que incluem, em sua composição, substâncias
ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos
vegetais.
O Ministério da Saúde desenvolve a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que foi aprovada em 22 de junho de 2006,
por meio do Decreto Nº 5.813. O objetivo dessa Política é o de garantir acesso
seguro à população e o uso correto das plantas. Faz parte, também, da Política
Nacional a busca da conscientização da população para a preservação ambiental.
Os fitoterápicos estão sendo comercializados no Brasil em
grandes quantidades, talvez pelo apelo “natural” que eles trazem e, inclusive,
sendo prescritos e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Atualmente
12 medicamentos fitoterápicos são oferecidos pela rede pública, em 14 estados. Segundo
o Ministério da Saúde, os fitoterápicos são medicamentos que desempenham um
papel importante em cuidados contra dores, inflamações, disfunções e outros
incômodos, ampliando as alternativas de tratamento seguras e eficazes. Indicado
para o alívio sintomático de doenças de baixa gravidade e por curtos períodos
de tempo, esse tipo de remédio pode ser produzido a partir de plantas frescas
ou secas e de seus derivados e têm várias diferentes formas farmacêuticas, como
xaropes, soluções, comprimidos, pomadas, géis e cremes.
Entre os fitoterápicos ofertados, estão a Aloe vera (babosa)
cicatrizante em queimaduras, o Salix Alba (salgueiro), possui ação antiinflamatória,
Rhamnus purshiana (cáscara-sagrada) para prisão de ventre e Melissa officinalis
(erva-cidreira), tem ação antiespasmódica e ansiolítica leve.
De um modo geral, os mais utilizados pelos brasileiros estão
o Ginseng (Panax ginseng), alho (Allium sativum), Ginkgo biloba, Equinácea (Echinacea
purpúrea), erva-de-são-joão, entre outros. Como todos os medicamentos, os
fitoterápicos devem ser utilizados somente com a orientação de profissional da
saúde, como médicos ou farmacêuticos. Há riscos de efeitos colaterais e de
possíveis interações medicamentosas ou alimentares que podem comprometer o
sucesso do tratamento ou até mesmo a saúde do paciente.
Melissa Guimarães Menezes – 8º semestre de Farmácia
Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medicamentos
Fitoterápicos. Brasília: Anvisa, 2014. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 26 nov. 2014.
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