Atualmente, os avanços
científicos e tecnológicos na área da saúde permitem melhorar os índices de
cura de muitas doenças. No entanto, junto com o desenvolvimento científico,
surge uma nova situação: a dificuldade de estabelecer o limite de aplicação das
ciências associados a doenças potencialmente incuráveis. A medicina paliativa
vem de encontro a isso, defendendo que os doentes e seus familiares têm
direitos e necessidades que devem ser satisfeitos independente do resultado
final do tratamento da doença em si.
O tratamento paliativo vem se
fortalecendo como uma alternativa de cuidado aos pacientes portadores de
doenças em fase terminal, como câncer, algumas doenças neurológicas,
respiratórias, infecciosas e cardiovasculares. Quando a causa da doença não
pode ser curada, os sintomas são cobertos com tratamentos específicos, fazendo
uso de analgésicos opioides, não opioides e antieméticos, por exemplo. Nesse
cenário, a morfina é utilizada para o alívio da dor severa e também pode ser
usada como sedativo.
A morfina é considerada um opioide
forte e deve ser utilizada apenas a partir da classificação de dor severa na
escala de dor. A dose administrada irá depender da intensidade da dor, do
histórico do paciente com relação ao uso de analgésicos e da sua tolerância aos
efeitos adversos. Dependendo da dose, a morfina também pode apresentar
toxicidade neurológica. A problemática da habituação, ou dependência, no
contexto paliativo não é relevante.
A dor é uma experiência subjetiva
influenciada por fatores comportamentais, ambientais, psicológicos, familiares,
entre outros. A avaliação da dor deve ser feita através de métodos e escalas
apropriados de acordo com a idade e desenvolvimento de cada paciente, sempre
que possível através de autoavaliação.
Em 1986, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) publicou um modelo clínico eficaz para o manejo da dor. Esse modelo
serve até os dias atuais, é validado e aceito mundialmente, com base em alguns
princípios básicos como: o medicamento deve ser administrado por via oral
sempre que possível, em horário regular e não apenas quando sentir dor, de
acordo com as necessidades específicas do paciente. Deve-se também fazer uso
medicamentos adjuvantes e de acordo com a escala de dor. Esses adjuvantes
também podem ser utilizados para minimizar os efeitos adversos dos opioides, como
por exemplo náuseas e constipação.
Os cuidados paliativos devem ser
acompanhados por equipe multiprofissional, para que o paciente se sinta da
melhor forma possível, usando apenas recursos necessários e imprescindíveis
para isso.
Thaís Damin Lima – 7º semestre do
curso de Farmácia
Referências:
SALES, C. A. et al. Cuidados
Paliativos: uma perspectiva de assistência integral à pessoa com neoplasia. Rev
Bras Enferm, Brasília (DF), v. 56 n. 5, p. 566-569. Set/out 2003.
HELENO, S. L .A. Cuidados
Paliativos em Pediatria. Revista Evidências. Oliveira de Azeméis. Nº
Apresentação, p. 41-49. Abr/2013.
CARDOSO, M. G. M. Controle da dor.
Manual de Cuidados Paliativos da ANCP. São Paulo. p.86-103. 2010.
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