A gravidez na vida de uma mulher
é um momento único, do qual os pais sempre irão tomar todos os cuidados
possíveis para que nasça um bebê saudável. Antigamente acreditava-se que a
placenta era uma barreira que protegia o feto de qualquer ação farmacológica.
Porém, hoje, já é sabido que várias substâncias exógenas, isto é, substâncias
que a mãe ingere, podem atravessar a placenta e atingir a corrente sanguínea do
feto.
A preocupação na utilização de
medicamentos durante o período de gestação só veio à tona entre os anos de 1950
e 1960, após uma tragédia que causou diversas alterações nas crianças cujos
pais fizeram uso da talidomida. Essa tragédia fez com que os centros de
farmacovigilância se tornassem mais rígidos a respeito dos ensaios clínicos
antes da comercialização do medicamento.
As alterações fisiológicas na
mulher durante o período gestacional são causadas por conta da demanda
fisiológica que o feto exige para se manter forte e saudável. Um medicamento
pode ser considerado como um fator de risco, a partir do momento em que ele
produz uma alteração na morfologia ou fisiologia do feto, sendo essas
alterações podendo ser de menor ou maior grau.
Para classificar o risco dos
medicamentos durante a gravidez, há uma classificação adotada pelo Food and
Drug Administration (FDA), popularmente chamada de lista A, B, C, D, X. Essa lista
enquadra os medicamentos em cinco categorias, desde os que não apresentam risco
para o feto (categoria A) até os que são totalmente contra indicados durante a
gravidez (categoria X). Essa lista é categorizada, principalmente, a partir de
ensaios clínicos realizados com animais de laboratório em ambiente controlado,
porém alguns fármacos são enquadrados nas suas determinadas categorias de
acordo com experiências prévias, como por exemplo, a talidomida.
Quando se fala de medicamento é
sempre uma relação de risco e benefício. Compete ao seu médico saber indicar o
medicamento mais apropriado para a sua situação, sempre preservando a saúde
tanto da mãe quanto do bebê. Na dúvida, nunca pratique a automedicação, se
oriente com o farmacêutico na farmácia mais próxima.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 5° semestre do curso de
Farmácia
Referências:
NITRINI, S.M.O.O; CARMO, T.A. Prescrições de medicamentos
para gestantes: um estudo farmacoepidemiológico. Rio de Janeiro. Cad. Saúde
Pública v.20 n.4. Jul/Ago. 2004.
RODRIGUES, A.V.P; TERRENGUI, L.C.S. Uso de medicamentos
durante a gravidez. São Paulo. Rev. Enferm UNISA. v.7 p. 9-14. 2006.
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