A
cefaleia, ou dor de cabeça, pode acontecer como consequência de uma doença,
nessa condição é considerada como secundária. Elas ocorrem em situações de infecções
sistêmicas, disfunções endócrinas, intoxicações, meningites, encefalites, hemorragia
cerebral, lesões expansivas etc. Quando
a causa orgânica prévia da cefaleia não é bem caracterizada, temos a condição
primária. As cefaleias crônicas, em geral, são primárias como na enxaqueca.
Alguns estudos demonstram que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos, como
jogos e computadores, também pode ser considerado como fator de risco,
propiciando o aparecimento da dor em pessoas suscetíveis.
É
possível que mais de 90% das pessoas tenham cefaleia ao longo da vida e que
40%, entre homens e mulheres, tenham cefaleia com certa regularidade.
Acredita-se que 4% da população faça uso regular de medicamentos para o
controle da dor e os analgésicos são os mais comumente usados.
Muitas
pessoas se automedicam de forma descontrolada, comprometendo ainda mais o quadro
crônico da cefaleia. É considerado uso excessivo de medicamentos quando estes são
tomados por mais de três meses consecutivos. No caso dos analgésicos simples, quando
são usados por mais de 15 dias ao mês. E por mais de dez dias ao mês para as
demais classes de medicamentos.
O
descontrole no uso de analgésico irá piorar o quadro crônico da cefaleia. As
pessoas estão nessa condição quando, apesar do medicamento, continuam a
apresentar cefaleia durante 15 dias ou mais ao mês. O uso de analgésico por
mais de três meses seguidos também indica exagero.
O
uso descontrolado de medicamentos como causa da cefaleia fica comprovado
quando, ao cessar o uso do produto, a dor desaparece ou diminua de forma
significativa após dois meses. Os motivos do porquê o uso excessivo de
medicamento pode piorar a cefaleia não estão totalmente esclarecidos, mas a
predisposição genética sempre é uma explicação adequada.
As
causas da cefaleia crônica são muito diversificadas. Ela está mais presente nas
mulheres, no uso crônico de álcool, na presença de disfunção da articulação do
maxilar inferior, bem como em muitas outras condições.
Prof.
Dr. Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP
(1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos
(1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor
titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
* Texto publicado originalmente no Jornal da Orla
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