O suicídio, ao longo dos tempos,
já foi considerado uma atividade criminosa, em alguns países. As religiões
também condenam, em diversos níveis, o ato suicida. Mas, atualmente, o suicídio
e a ideação suicida são considerados problemas de saúde pública. Os países têm
estabelecido políticas para sua prevenção.
Estima-se aumento de 60% no
número de casos nos últimos 45 anos. No Brasil, acredita-se haver 5,3 mortes a
cada 100.000 habitantes, com variações entre cada estado. Para cada suicídio
efetivo, calcula-se que houve outras dez tentativas que não provocaram a morte.
Os números e os motivos variam em cada grupo populacional. O suicídio é uma das
três causas de mortes entre jovens e adultos até 40 anos. E há relato de casos
de crianças a partir dos 10 anos tentando se matar. E isso no mundo todo.
Alguns fatores aumentam a
probabilidade de tentativas de suicídio. Depressão, uso de substâncias
psicoativas, incluindo-se o álcool, e transtornos psíquicos são fortes fatores
que promovem esse ato. Doenças graves e crônicas também estimulam a ideação.
Nos idosos, o isolamento social e a perda de prestígio induzem tentativas de
morte.
Apesar do medo de se falar sobre
o assunto, é preciso a atenção dos familiares e amigos para evitar que alguém
possa vir a cometer um ato mais drástico. Aproxime-se e converse com pessoas
que expressam a vontade de morrer ou de se matar. Fique alerta se perceber que
um indivíduo está pesquisando em demasiado o assunto. Dê atenção a quem fale
sobre o sentimento de estar desesperado ou de não ter nenhuma razão para viver.
Esses são sinais muito evidentes de que a pessoa ter ideação suicida e vir a
efetivar esse desejo.
Mas outros sinais sutis também
podem indicar essa condição. Por exemplo, o aumento no uso de álcool ou de
drogas, comportamento agitado ou ansioso, dormir demais ou de menos também
podem indicar que a pessoa está com problemas.
A atenção profissional é
fundamental para a prevenção do suicídio. A atuação dos médicos, psicólogos,
assistentes sociais e todas as demais profissões é fundamental para o controle
desse problema de saúde pública. Mas é preciso se expor, é preciso que o tema
venha a ser discutido como um real problema de saúde e que deve e pode ser
minimizado. Cresce, desse modo, o papel da família e da rede de relacionamento.
No SUS, os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, têm, em tese, capacidade de
atuar nessa questão. Fundado em 1962, o Centro de Valorização da Vida
disponibiliza vário meios de comunicação para aqueles que necessitem conversar,
independentemente de estar pensando em efetivar o suicídio. É um serviço
voluntário e já tradicional no Brasil.
Prof. Dr. Paulo Angelo Lorandi,
farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista
em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997),
mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor
titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
* Texto publicado originalmente no portal da revista Mais Santos
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