A enxaqueca, conhecida também
como dor de cabeça, cefaleia ou migrânea, não possui mecanismos
fisiopatológicos totalmente definidos, podendo se apresentar de maneira
moderada ou severa, como uma pressão ou um caráter pulsátil na região lateral
ou frontal da cabeça, com duração de 4 a 72 horas quando não ocorre tratamento,
podendo ser associada a náuseas e vômitos devido a dor constante.
Podem ser adotadas metodologias
não farmacológicas, como a alteração de estilo de vida, regulando o tempo de
sono, a alimentação e a realização de atividades físicas para o tratamento e
prevenção da enxaqueca. E também podem ser adotados métodos farmacológicos,
utilizando-se de classes medicamentosas como analgésicos (opioides e não
opioides), anti-inflamatórios e triptanos, com intuito de prevenção
(profilaxia), tratamento agudo, ou crônico da enxaqueca/cefaleia.
Apesar de promoverem melhora do
quadro de enxaqueca/cefaleia imediato, pode-se ocorrer a cefaleia-rebote, que é
decorrente do uso excessivo ou incorreto do tratamento farmacológico. A classe
medicamentosa mais presente em casos de cefaleia decorrente do uso de
medicamentos é a de analgésicos e anti-inflamatórios de venda livre, como ácido
acetilsalicílico (AAS), paracetamol, ibuprofeno, naproxeno e ácido talfenâmico.
Estudos comprovam que a
utilização de analgésicos para o alivio da cefaleia por mais de 15 dias, já é
capaz de promover um quadro de cefaleia crônica, podendo também evitar ou
minimizar a ação dos tratamentos profiláticos. Além disso, comprova-se que o
uso abusivo leva a diminuição de serotonina no sangue, substância química
presente em nosso organismo, responsável por várias funções fisiológicas. Essa
diminuição de serotonina ocasiona um quadro de hiperalgesia, sensibilidade
excessiva à dor, que consequentemente irá levar a um quadro de cefaleia
crônica.
Quando ocorre o diagnóstico de
cefaleia decorrente do uso medicamentos, se faz necessária à desintoxicação
medicamentosa, retirando-se de forma progressiva e programada a medicação. Esse
procedimento reestabeleceria a função fisiológica normal do paciente, permitindo
a realização de tratamento adequado, de acordo com o quadro clínico apresentado.
O importante é limitar o uso excessivo de analgésicos.
Mayra Ivonete Wessling – 5º
Semestre do curso de Farmácia
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