terça-feira, 2 de abril de 2013

Os efeitos do uso do álcool com medicamentos

O uso de álcool junto com medicamentos é reconhecidamente danoso, mas, por incrível que pareça, essa associação ainda é extremamente comum, principalmente entre pessoas jovens ou até pessoas com transtornos psiquiátricos. A associação do álcool com medicamentos pode causar efeitos graves e até levar à morte. No que se refere a sua ação no cérebro, o álcool pode potencializar a depressão do sistema nervoso central e a significância clínica é de moderada à grave, porque induz sonolência e perda dos reflexos. Essa ação é uma das principais causas de acidentes de trânsito e do trabalho. O álcool diminui acentuadamente a capacidade motora e de alerta em pacientes anticonvulsivantes, anfetaminas, antidepressivos e outras.


O etanol é o álcool presente nas bebidas de recreação e também está contido em alguns elixires medicamentosos, em altas concentrações. A ingestão desses medicamentos pode ocasionar efeitos semelhantes de um drinque de bebida alcoólica, por alcançar níveis etílicos similares. Por isso o cuidado com este tipo de medicamento em grávidas e crianças.


No entanto, o uso continuado do álcool pode trazer como consequência o aumento na ausência no emprego e inúmeros outros problemas médico-sociais. Quando ingerido com medicamentos interessa saber se é uma situação ocasional, em pequenas quantidades, ou crônico como no caso de etilismo (alcoolismo).


Muitas das informações  sobre as ações que o álcool promove sobre os medicamentos são verdadeiras, porém muitas delas não passam de mitos. Uma grande preocupação envolve a mistura de qualquer quantidade de bebida alcoólica com psicotrópicos. Uma maneira que o álcool pode potencializar efeitos é  agindo no mesmo local de ação dos medicamentos. Como já foi exposto, o etanol age sobre o sistema nervoso central, do mesmo modo que os benzodiazepínicos (medicamentos que induzem o sono, também chamados de calmantes); os antipsicóticos, usados pelos portadores da esquizofrenia; os antidepressivos;  antiepiléticos; e muitos outros.


Uma classe que vale a pena chamar a atenção são os antialérgicos. Apesar de sua ação não intencionar o efeito no cérebro, há a indução ao sono que pode se somar à depressão etílica. Consistindo, com frequência, grave ameaça à vida. Nessas circunstâncias, a morte pode advir por falência cardiovascular, depressão respiratória ou grave hipotermia.


Outro fator importante na interação do efeito do álcool sobre as substâncias psicoativas (aquelas que agem no cérebro) é a mudança no comportamento habitual das pessoas. A agressividade, a lascívia e o comportamento irresponsável podem ser acentuados pelo uso abusivo do álcool.


Além dos efeitos sobre o sistema nervoso central, o etanol também pode comprometer o efeito final de alguns medicamentos. Do mesmo modo que ele é usado como “digestivo” porque deixa o organismo mais eficaz para metabolismo, algumas substâncias são mais rapidamente inativadas por essa função. Há de se considerar também o fato do álcool produzir mais urina, facilitando a eliminação do medicamento.


Porém, é preciso chamar  atenção para o fato de que alguns medicamentos não devem deixar de ser tomados por causa de uma festa, por exemplo. Beba pouco e mantenha o uso do medicamento. Para saber se você pode fazer isso, procure antes um farmacêutico ou converse com o seu médico.

Finalmente, alguns medicamentos impedem que o organismo elimine o álcool, provocando uma ressaca aumentada. Como exemplo, podemos citar alguns antidiabéticos, como clorpropamida.

Isadora Dias Ribeiro Santos – 5º semestre de Farmácia

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