quinta-feira, 25 de abril de 2013

Uso de medicamentos em pessoas com dengue pode trazer complicações



A febre alta e as dores de cabeça e nos músculos são sintomas comuns de várias doenças. O uso de medicamentos sem recomendação médica para tratá-las é comum, porém pode afetar a situação de quem tem dengue, mas ainda não sabe. Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva da UNISANTOS, o médico infectologista Marcos Caseiro adverte que, principalmente durante a época de epidemia de dengue, “os grupos de medicamentos para insuficiência coronariana ou arritmia cardíaca precisam de atenção especial e de acompanhamento com cardiologista. Quem toma aspirina, que tem um efeito antiagregante plaquetário, necessita de cuidado ao tomá-la”. Caseiro diz que as mortes de pessoas com dengue em Santos ocorreram em função da baixa das plaquetas. Com isso, diminui-se a coagulação do sangue e o risco de hemorragia aumenta.


Caseiro ressalta que diferenciar doenças infecciosas agudas, como a gripe e a dengue, nem sempre é fácil, pois elas podem trazer sintomas parecidos. “Nas duas, o paciente possui febre e mal-estar, mas a dengue traz manchas no corpo, e a gripe não.” A diferenciação entre seus sintomas também pode ser feita conforme o quadro respiratório. Se houver tosse ou expectoração, por exemplo, o médico já deve pensar em gripe, não em dengue.

“Como estamos em uma época de transição de muitos casos de dengue para muitos de gripe, os grupos de risco devem ser vacinados, pois as vacinas não causam doenças ou complicações com a dengue. A dipirona e o paracetamol baixam a febre e o mal-estar e também não têm relação com a dengue. Pode haver uma reação na hora, mas não há porque ter medo”, completa. 

Bruno Almeida - aluno do 3º semestre de Jornalismo
Foto: Alberto Ferreira

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