sexta-feira, 24 de abril de 2015

Vitamina D

A vitamina D é uma substância que o organismo humano naturalmente produz, mas a despeito dessa capacidade de autoprodução, sua carência, a hipovitaminose D é bastante prevalente no mundo e no Brasil, exigindo reposição. O desenvolvimento ósseo é totalmente dependente da vitamina D em todas as fases da vida. Porém a carência de vitamina D também está fortemente associada a outras doenças como as autoimunes, quando o sistema de defesa passa a destruir os próprios tecidos orgânicos. A relação da hipovitaminose D com lúpus eritematoso tem sido bem estudada.

Apesar do nome, a vitamina D é na realidade um pré-hormônio sintetizado pela pele quando exposta ao sol. Também é obtida pelo consumo de peixes gordurosos como salmão, atum e cavala, além de estar muito presente no fígado do bacalhau. Gema de ovo e cogumelos são outras fontes. As pessoas que apresentam maior risco de hipovitaminose são os idosos com história de fraturas, obesos, grávidas, pessoas com problemas de absorção intestinal ou quando são usuários de alguns medicamentos como anticonvulsivantes, glicocorticoides, antifúngicos, antirretrovirais, colestiramina e orlistat.

As sociedades científicas não recomendam a suplementação generalizada de vitamina D para toda a população, mas apenas para os grupos de risco para deficiência. Evitar a hipovitaminose D é muito importante, mas há de se ter cuidado com excesso. Existem relatos de intoxicação causada pela ingestão de alimentos ricos em vitamina D associado à reposição medicamentosa. Quando a reposição é inadequada surge a hipervitaminose, com sintomas que só aparecem meses após a alta administração das altas doses.

O papel da vitamina D é o de aumentar a eficiência da absorção de cálcio no intestino, além de diminuir sua perda pelo rim. Desse modo, a quantidade de cálcio no sangue irá aumentar, garantindo-se as adequadas quantidades para a constante renovação óssea. Em excesso, poderá ser depositado, por exemplo, nos rins, causando danos irreversíveis. Os cálculos renais serão constantes, além de causar o enrijecimento dos vasos sanguíneos.

A quantidade adequada para a reposição da vitamina D depende da faixa etária e do grau de comprometimento da pessoa. Assim, a medicação deverá ser prescrita pelo médico que irá individualizar a dose caso-a-caso. A vitamina D, como medicamento, pode assumir vários nomes diferentes, pois são substâncias próximas que, no fígado e nos rins irão se transformar na substância que efetivamente irá realizar o efeito biológico.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.


Texto originalmente publicado no Jornal da Orla em 02/03/2015

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