A
vitamina D é uma substância que o organismo humano naturalmente produz, mas a despeito
dessa capacidade de autoprodução, sua carência, a hipovitaminose D é bastante
prevalente no mundo e no Brasil, exigindo reposição. O desenvolvimento ósseo é
totalmente dependente da vitamina D em todas as fases da vida. Porém a carência
de vitamina D também está fortemente associada a outras doenças como as
autoimunes, quando o sistema de defesa passa a destruir os próprios tecidos orgânicos.
A relação da hipovitaminose D com lúpus eritematoso tem sido bem estudada.
Apesar
do nome, a vitamina D é na realidade um pré-hormônio sintetizado pela pele quando
exposta ao sol. Também é obtida pelo consumo de peixes gordurosos como salmão,
atum e cavala, além de estar muito presente no fígado do bacalhau. Gema de ovo
e cogumelos são outras fontes. As pessoas que apresentam maior risco de
hipovitaminose são os idosos com história de fraturas, obesos, grávidas,
pessoas com problemas de absorção intestinal ou quando são usuários de alguns
medicamentos como anticonvulsivantes, glicocorticoides, antifúngicos,
antirretrovirais, colestiramina e orlistat.
As
sociedades científicas não recomendam a suplementação generalizada de vitamina
D para toda a população, mas apenas para os grupos de risco para deficiência.
Evitar a hipovitaminose D é muito importante, mas há de se ter cuidado com
excesso. Existem relatos de intoxicação causada pela ingestão de alimentos ricos
em vitamina D associado à reposição medicamentosa. Quando a reposição é
inadequada surge a hipervitaminose, com sintomas que só aparecem meses
após a alta administração das altas doses.
O
papel da vitamina D é o de aumentar a eficiência da absorção de cálcio no
intestino, além de diminuir sua perda pelo rim. Desse modo, a quantidade de
cálcio no sangue irá aumentar, garantindo-se as adequadas quantidades para a
constante renovação óssea. Em excesso, poderá ser depositado, por exemplo, nos
rins, causando danos irreversíveis. Os cálculos renais serão constantes, além
de causar o enrijecimento dos vasos sanguíneos.
A
quantidade adequada para a reposição da vitamina D depende da faixa etária e do
grau de comprometimento da pessoa. Assim, a medicação deverá ser prescrita pelo
médico que irá individualizar a dose caso-a-caso. A vitamina D, como
medicamento, pode assumir vários nomes diferentes, pois são substâncias próximas
que, no fígado e nos rins irão se transformar na substância que efetivamente
irá realizar o efeito biológico.
Prof.
Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em
Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação
(Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da
Farmácia Homeopática Dracena.
Texto originalmente
publicado no Jornal da Orla em 02/03/2015
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