A hepatite C é uma doença viral,
causada pelo VHC. Estima-se que há mais de 200 milhões de pessoas infectadas em
todo o mundo, correspondendo a mais de 3% de toda a população mundial. O
tratamento é de custo elevado, tem alta mortalidade em sua forma terminal. Sua
prevenção e controle são complexos, o que leva a uma busca incessante por cura,
tratamentos eficazes e mais acessíveis, entre outras ações.
Nos últimos dias, os noticiários
propagaram a descoberta de uma nova função para o antialérgico clorciclizina.
Segundo descobertas recentes divulgadas na revista médica Science Translational
Medicine, este antialérgico seria um inibidor potente da infecção por VHC.
Neste estudo o efeito antiviral foi sinérgico com outros fármacos de uso
consolidado como ribavirina, interferon alfa, telaprevir, etc. Não apresentou
citotoxicidade, ou seja, o potencial que a substância tem de causar dano a
célula do próprio organismo.
Apesar do quadro promissor é
preciso frisar que os testes ainda se encontram em fase inicial, todos esses
resultados foram obtidos em ratos e não seres humanos. Para uma medicação ser
aprovada ela segue um longo caminho até chegar à prateleira de uma farmácia.
Após os testes em ratos, seguirá para os ensaios clínicos que envolvem, numa
primeira etapa – Fase I, a avaliação da tolerância/segurança do medicamento, em
um número restrito de voluntários sadios; a partir de resultados satisfatórios
nesta primeira etapa, passa-se a uma segunda etapa – Fase II – onde são
realizados testes em voluntários portadores da patologia, ainda em número
restrito, para avaliar a eficácia terapêutica; o sucesso nesta fase permite que
se passe à Fase III, onde são realizados estudos terapêuticos ampliados, para
determinação do risco-benefício do tratamento. Na fase IV acompanha-se o
produto já no mercado.
Como visto pelo tamanho do
processo, apesar do fármaco ser promissor, ainda levará anos para que seja
colocado à venda, requerendo então que olhemos com crítica para esse alarde que
se cria. É importante ressaltar que a automedicação deve ser sempre evitada, e
principalmente diante de um quadro como hepatite C e um medicamento em fase
precoce para a aprovação.
Marina Maria de Oliveira - 9º semestre
do curso de Farmácia
Referências:
CARVALHO, A.C et al.Perfil
genotípico da hepatite c em um laboratório público do estado do Piauí. R.
Interd. v. 7, n. 3, p. 55-60, jul. ago. set. 2014. Disponível em: <http://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/296/pdf_137>
Acesso em: 17 de Abr de 2015.
LIN, B. et al. Repurposing of the
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virus infection. Sci Transl Med 8 April 2015:Vol. 7, Issue 282, p. 282ra49.
Disponível em: < http://stm.sciencemag.org/content/7/282/282ra49> Acesso
em: 16 de Abr de 2015.
QUENTALL, C.; SALLES, S.F.
Ensaios clínicos: capacitação nacional para avaliação de medicamentos e vacinas.
Rev. bras. epidemiol. vol.9 n.4 São Paulo Dec. 2006. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1415790X2006000400002&script=sci_arttext&tlng=en>
Acesso em: 16 de Abr de 2015
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