“85% das pessoas que estão com
hepatite não sabem que são portadoras”. A revelação é feita pelo presidente do
Grupo Esperança (grupo de apoio a portadores de hepatite C, com sede em Santos), Jeová Pessin
Fragoso. Ele alerta sobre a importância da prevenção
como a forma mais eficaz de evitar a doença. O vírus VHC, responsável pela
transmissão da hepatite C, pode ser transmitido pelo compartilhamento de
seringas e outros objetos de uso pessoal (lâminas de barbear, escovas de
dentes), instrumentos de manicure e pedicure e ainda, durante a colocação de
piercing e até ao fazer uma tatuagem.
Os portadores de hepatite C contam
com o auxílio do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso aos medicamentos.
Ainda assim, o alto custo é um fator que limita a distribuição, já que a
medicação é contemplada apenas nos casos mais graves. “O nosso grande anseio é
que contemplem esses medicamentos para todo mundo”.
Devido à sua complexidade, o tratamento é
limitado a substâncias que deixam a desejar nas chances de eficácia e, além
disso, são fontes de reações adversas. Para que sejam comercializados, os
medicamentos precisam seguir o protocolo emitido pelo Ministério da Saúde e devem
estar devidamente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
A descoberta de novas substâncias
pode mudar os rumos do tratamento. É o caso do trio daclatasvir, simeprevir e
sofosbuvir – as chances de cura chegam a 90%. Fragoso destaca a importância
destes medicamentos, que, ao contrário dos que são distribuídos atualmente pelo
SUS, são mais eficazes e apresentam efeitos colaterais reduzidos. A expectativa
é que eles sejam distribuídos o quanto antes pela rede pública. “A gente espera
poder erradicar a hepatite C”, completa.
Liliane Souza – 3º semestre do
curso de Jornalismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário