Inquietude fora do normal,
desatenção e impulsividade. Imagine estas e outras formas de comportamento
ligadas a uma criança. Agora pense nas dificuldades que um pedagogo pode
enfrentar ao ter de lidar com uma classe que tenha alunos hiperativos sem que haja
uma estrutura adequada. Além da busca por uma especialização, a fim de aprender
a lidar melhor com a condição do aluno e estimulá-lo ao aprendizado, é
necessário que o professor receba apoio de toda a coordenação escolar.
Primeiramente, é preciso haver o
diagnóstico. A professora mestre Thais dos Santos Lucas Gomes Rocha, do curso
de Pedagogia da UniSantos, explica que o laudo médico é fundamental para que se
saiba diferenciar a agitação comum de um caso de hiperatividade – a partir daí
o pedagogo poderá avaliar de forma efetiva o melhor método de aprendizado a ser
adotado. “A criança hiperativa tem como característica uma inquietação que não
se tem controle. Isso não quer dizer que ela não tenha condição de aprender,
muito pelo contrário”, destaca.
Disponibilizar mais tempo
para realizar as atividades e, principalmente, dar acolhimento à criança são
questões primordiais para contribuir com a inserção deste aluno ao meio. Mas é
claro que para isso seja aplicado, é preciso dar condições ao professor. De que
adianta cobrar resultados se ele, sozinho, deve se responsabilizar por uma
classe com vários alunos? Essa precariedade inviabiliza uma atitude eficaz, o
que acaba culminando em um déficit educacional, tanto para os hiperativos
quanto os demais.
Surge a necessidade de um
outro profissional em classe. A professora Thais, que faz parte do Departamento de Apoio Pedagógico, Psicológico e Social da UniSantos, conta que em
determinados casos a figura de mais de um professor em sala de aula é essencial para “atender a
demanda”. O problema é que quando não se pensa em atitudes como essa, os
reflexos atingem a todos. Tanto os alunos, que podem acabar se afastando da
escola, quanto os professores, que vão perdendo o estímulo.
Uma outra questão importante se
dá quanto à especialização do profissional. Buscar meios além da própria
graduação é fundamental para trabalhar a inclusão. Dificuldades sempre
existirão, mas é fato que quanto mais conhecimento se tem, maior a noção para
saber lidar com a situação – a fim de promover a inclusão e mostrar que as
crianças hiperativas, mesmo com suas peculiaridades, são plenamente capazes de
adquirir conhecimento.
Liliane Souza – 4º semestre do
curso de Jornalismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário