A pele é um órgão que atua garantindo
a integridade física e bioquímica do corpo, protegendo contra agressões
mecânicas, químicas e microbiológicas. Além disso, mantém a temperatura
corpórea constante e fornece informações sensoriais sobre o ambiente
circundante e evita perda de água.
O fator de hidratação natural
(FHN) é um componente importante para a manutenção deste equilíbrio. Ele é
formado por um conjunto de estruturas higroscópicas, que interagem entre si, as
quais retêm água e condiciona um aspecto normal para a pele. O FHN, no entanto,
conta com o auxílio de um importante aliado, o complexo componente formado
pelos lípides intercelulares que controlam a permeabilidade e o movimento
intercelular da água. Tais estruturas gordurosas selam o FHN, mantendo o conteúdo
hídrico entre as células. Se não há um equilíbrio, há um aumento de perda de
água, resultando em xerose, isto é, pele seca.
Diversos fatores podem levar à
pele seca, tornando necessário o uso dos hidratantes corporais. Climas frios e
secos; a poluição ambiental; o hábito de banhos incorretos, como o uso
excessivo de sabonete; e o próprio avançar da idade fazem com que a pele perca a
capacidade de manter a hidratação. Além disso, doenças associadas, como
desnutrição, insuficiência renal crônica, hipotireoidismo, dermatite atópica,
psoríase, estresse, dentre outras, podem levar a desidratação da pele. O uso de
medicamentos orais ou tópicos, como as estatinas para controle colesterol,
litium, os retinóides orais e tópicos, também agravam a xerose.
Hidratante é um termo genérico
que designa diferentes fórmulas. Sua principal função é a de proteção contra a
desidratação, formando, com seus componentes, uma barreira que impede que a
água já presente seja perdida para o meio externo. Além disso, com os avanços
tecnológicos em formulações, conseguem exercer outras funções a depender de sua
composição química. São divididos em classes, como os oclusivos, que retardam a
evaporação e perda de água epidérmica. São exemplos dessa classe a vaselina e
os óleos vegetais.
Outro grupo, os umectantes atuam
atraindo e retendo a água do meio externo e das camadas mais profundas da pele,
como exemplo temos a conhecida ureia. Há também os emolientes e os reparadores
proteicos, sendo que estes últimos ajudam a reparar estruturas proteicas
dérmicas danificadas ou estimular sua produção. Agem como hidratantes, pois
assumem um papel osmótico, embebendo-se de água e retendo-a na epiderme e
derme.
Tendo em vista o que foi dito
acima, o uso de hidratantes não é uma necessidade meramente estética. O simples
fato de sermos expostos continuamente a um ambiente poluído pode gerar uma pele
danificada. É importante a consulta a um profissional da saúde, médico ou
farmacêutico, para que receba as orientações corretas, do produto adequado para
sua pele e o modo de uso.
Marina Maria de Oliveira – 10º semestre do curso de Farmácia
COSTA, A. et al. Estudo clínico
observacional de eficácia e segurança do uso de extratos de Imperata cylindrica
e de Triticum vulgare. RBM, p.249-253, 2009.
MILAN, A. L. K. et al. Estudo da
hidratação da pele por emulsões cosméticas para xerose e sua estabilidade por
reologia. Rev. Bras. de Ciên. Farm., v. 43, 2007.
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