A síndrome do pânico, ou
transtorno do pânico, vem crescendo na população mundial – sua prevalência ao
longo da vida é estimada em 1,5% e 5% da população. Ela está usualmente associada
a condições psiquiátricas como a depressão e risco de suicídio e relaciona-se,
inclusive, ao alcoolismo e abuso de outras drogas. É uma condição incapacitante, associada a
consequências negativas a longo prazo, como perda de produtividade, de bem-estar,
de contato social e da autorrealização; além de exigir grande consumo de
recursos de atenção à saúde.
Os ataques de pânico são
caracterizados por períodos de intenso medo ou desconforto, acompanhados de inexplicável
sensação de desgraça iminente, de que o ambiente está alterado, irreal, e medo
de morrer. Alguns dos sintomas físicos se apresentam na forma de taquicardia,
tremores, sudorese, falta de ar e desconforto na região peitoral. Estes sintomas se desenvolvem abruptamente e
têm seu pico em torno de 10 minutos. A crise dura de 20 a 30 minutos, raramente
mais de uma hora. Posterior ao ataque, o indivíduo apresenta medo ou ansiedade
de apresentar futuros ataques de pânico, preocupação sobre as consequências dos
ataques ou mudança comportamental significativa devida aos ataques.
Diversos tipos de ataques de pânico
podem ocorrer. O mais comum é o ataque espontâneo, sem relação com nenhuma
situação desencadeadora conhecida. Existem os ataques condicionados a alguma
situação, como por exemplo, ao contato com multidões e no trânsito, problemas
familiares, dentre outras. Também existem os ataques de pânico noturnos, caracterizados
por despertar súbito, terror e hipervigilância. Cerca de 40% dos pacientes com transtorno
do pânico apresentam ataques de pânico durante o sono.
A crise do pânico pode ser
causada por vários fatores, alguns deles podem ser adquiridos ainda na infância
e desencadear sérios problemas na fase adulta. É uma combinação de fatores
genéticos e ambientais: há uma vulnerabilidade biológica que, somada às
experiências da infância, levam à fragilidade psíquica.
O tratamento da síndrome requer
uma equipe multiprofissional. A terapia cognitivo-comportamental é uma forma
eficaz que pode colaborar para o tratamento dos sintomas ou até para a remissão
do transtorno. O tratamento medicamentoso usual alia antidepressivos e
benzodiazepínicos. Os antidepressivos como fluoxetina que regulam o humor e restabelecem
o ritmo cardíaco, dentre outras ações. Já os benzodiazepínicos como clonazepam
tem comprovada ação ansiolítica e calmante. É óbvio que a opção por um ou outro
medicamento é uma decisão médica.
É importante ressaltar que
estudos têm comprovado que o uso de medicamentos por si só não tem a mesma
eficácia no controle da doença como quando se associa a terapia cognitiva-comportamental.
Marina Maria
de Oliveira – 10º semestre do curso de Farmácia
Referências:
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