A obesidade é uma condição
crônica de origem multifatorial, o que requer tratamento com abordagem de
diversos profissionais. A orientação nutricional, quanto aos hábitos
alimentares, e a programação de atividade física são as primeiras e melhores
opções para que os resultados sejam efetivos e alcançados de maneira saudável.
Em alguns casos, nos quais o IMC (Índice de Massa Corporal, calculado pela divisão do peso em kg pela altura em m2) é superior a 30 e o paciente apresenta outras doenças que podem ser causadas ou agravadas pela obesidade, o uso de medicamentos pode se fazer necessário, pois auxiliam na adesão ao novo plano alimentar e rotina de exercícios.
O tratamento farmacológico da
obesidade é uma área de grandes mudanças. Não existe única estratégia ou
medicação que deva ser recomendada para uso rotineiro. O tratamento
medicamentoso só se justifica se estiver associado à orientação nutricional, mudanças
no estilo de vida e caso os riscos do medicamento sejam menores que os riscos
da persistência da obesidade.
Atualmente, os medicamentos
utilizados no tratamento da obesidade podem ser divididos em três grupos
principais: a) Anorexígenos, que irão causar redução da ingestão de alimentos
através da diminuição da fome, ou pelos sacietógenos, provocando o aumento da
saciedade; b) Análogos da lipstatina (Orlistat), responsáveis por alterar o
metabolismo, diminuindo a absorção de gordura da dieta; c) Termogênicos, os
quais aumentam do gasto energético, fazendo com que o paciente gaste mais
calorias que o de costume, realizando as mesmas atividades. Por ser um
tratamento com múltiplas abordagens, as quais envolvem diferentes substâncias e
mecanismos de ação, os efeitos colaterais e contraindicações também serão
diferentes de acordo com a classe do medicamento.
A associação de antidepressivos e
ansiolíticos na terapêutica da obesidade se justifica, principalmente, quando a
obesidade está associada à depressão ou crises de ansiedade e compulsão
alimentar. Porém, essa não é a indicação padrão, logo não são considerados
medicamentos antiobesidade. Vale lembrar que o uso de diuréticos, laxantes,
hormônios da tireóide e antidiabéticos (como a metformina) não são recomendados
para fins de emagrecimento. Toda a terapia deve ser escolhida e acompanhada por
um médico de acordo com as necessidades e individualidades de cada paciente.
Thaís Damin Lima – 8º semestre do
curso de Farmácia
Referências:
MANCINI, M. C.; HALPERN, A.
Tratamento Farmacológico da Obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab, São
Paulo, v. 46, n. 5, p. 497-512, out. 2002.
Segal A, Fandino J.
Indicações e contra-indicações para realização das operações bariátricas. Rev
Bras Psiquiatr. 2002;24(Supl III):68-72.
COUTINHO, Walmir F.; CABRAL,
Monica D.. A farmacoterapia da obesidade nos consensos. Arq Bras
Endocrinol Metab, São Paulo, v. 44, n. 1, p. 91-94, Feb.
2000.
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