Alguns medicamentos ou novos usos para medicamentos já conhecidos foram descobertos ao acaso. Ao se pesquisarem novos medicamentos para uma determinada patologia, podem surgir novas gamas de efeitos não pretendidos, porém úteis em outra linha de pesquisa.
Durante a
pesquisa de novos anti-helmínticos (contra parasitas), em 1948, percebeu-se a
eficácia do dissulfiram no tratamento do alcoolismo. Por outro lado a aplicação
da piperazina no tratamento da gota possibilitou, em 1949, a observação de uma
atividade anti-helmíntica.
A ação
antidepressiva da iproniazida foi observada em 1952 durante estudos sobre suas
propriedades no combate a tuberculose, levando ao desenvolvimento de uma classe
de medicamentos inibidores da monoamina oxidase - IMAO, enzima degradante da
Dopamina (mediador químico da saciedade).
A metformina
foi desenvolvida para o tratamento do diabetes mellitus tipo II, por reduz a
resistência a insulina. Observada também a redução da secreção de insulina,
seguida por uma diminuição na produção de androgênios ovarianos, a metformina
passou a ser usada no tratamento da Síndrome dos ovários policísticos, doença
genética que acomete de 4 a
12% das mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por vários cistos nos
ovários, não ovulação, e possível menstruação irregular.
Desenvolvido
inicialmente no combate a hipertensão pulmonar e na estase gástrica, o
sildenafil é símbolo do aproveitamento de efeitos colaterais. Este potencializa
a vasodilatação, aumentando a irrigação sanguínea na musculatura lisa, sendo
hoje amplamente empregado no tratamento da disfunção erétil.
Todo
medicamento passa por testes que assegurem segurança ao usuário. Porém,
mediante lançamento no mercado, estando disponível a um público maior de
diferentes perfis, podem-se avaliar efeitos secundários. Esses fatos históricos
e tantos outros vêm a exemplificar a importância do acompanhamento, da
terapêutica e efeitos oriundos do uso da medicação, sejam ou não benéficos.
Suzana Silva de Oliveira – aluna do 8º semestre do curso de Farmácia
Referências
KOROLKOVAS, Andrejus; BURCKHALTER, Joseph H. Química Farmacêutica. São Paulo:
Guanabara Koogan, 1982.
RANG,
Humphrey P.; et. al. Farmacologia.
5 ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2003.
URBANETZ, A.
A. et al.. Síndrome dos Ovários Policísticos: aspectos atuais das abordagens
terapêuticas. Parte 1. Curitiba:
UFPR, 2012.
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