Em matéria publicada pelo Jornal Folha de
S. Paulo, no dia 12 de setembro. noticiou-se que o consumo de
energético junto com álcool aumenta o desejo por bebidas alcoólicas.
Isto representa um risco ainda maior quando se considera o potencial viciante
que tem o álcool e as consequências que sua dependência pode trazer. A psicóloga
e professora da UNISANTOS, Flávia Henriques, diz que “os jovens estão formando
suas identidades e beber é algo que facilita a sociabilidade e que desinibe, e
isto acaba favorecendo a influência que a bebida exercerá”.
Flávia conta ainda que “mesmo sabendo dos problemas
que a bebida causa, o jovem bebe para ser aceito socialmente. O que o inibiria
normalmente, como a religião ou a educação recebida dos pais, é diluído”,
principalmente se ele estiver em grupo. Em muitos casos, o jovem começa a beber
por influência da própria família, em refeições ou festas. “Mas os pais
precisam deixar claro que não se pode usar o álcool como fuga da realidade”.
A psicóloga diz que o comportamento de um jovem que
está se prejudicando com o álcool, ou até mesmo com outras drogas, precisa ser
notado. “Ninguém fica totalmente imune às consequências das drogas. Mudam
os horários, o sono, o apetite, o humor. Podem deixar de ir bem na escola ou no
trabalho e até ter depressão”. No entanto, Flávia explica que nem sempre é
fácil para pais ou amigos perceberem o estado ruim a que chegou o jovem
dependente de álcool. “Há uma dificuldade em ver que seu amigo ou filho está
indo por água abaixo. Os pais às vezes esperam até o último instante para
ajudar”.
De acordo com Flávia, este assunto não recebe prevenção adequada. “Acredito na prevenção como a forma mais eficaz de tratamento, mas se a pessoa já consome álcool em excesso a intervenção tem de ser o mais rápido possível. Se ela bebe muito, é porque está buscando no álcool um apoio que não tem, uma fuga para seus problemas, e estes só tendem a aumentar”.
“No SAPES (Serviço de Apoio Pedagógico e Psicossocial), recebemos alunos que se desesperam com a adaptação ao novo grupo social, o da Universidade, ou com a rotina diferente de estudos. Por isso, é muito importante dar apoio psicopedagógico aos jovens”, completa Flávia.
Balada - O aluno do curso de Publicidade, José (nome fictício), conta que começou a beber aos 13 anos com os amigos. “Quando começamos a sair à noite, sempre havia uma garrafa de pinga para misturar com suco ou refrigerante”. Pouco tempo depois, descobriu o energético para misturar e o sabor ficar mais suave.
Hoje, porém, nem sente o aumento de energia que a bebida traz, e só o usa para “sentir menos o gosto do álcool”. Apesar de supor que a mistura faz mal ao organismo, José conta que continua usando-o porque não se sente viciado e que o álcool o ajuda a aproveitar a vida.
Bruno Almeida - aluno do 4º semestre de Jornalismo
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