O corpo da mulher se prepara para a gravidez a cada ciclo
menstrual. Hormônios produzidos por uma glândula chamada hipófise regula a
função do ovário, tanto para produzir outros hormônios quanto para deixar o
óvulo “maduro”, capaz de ser fertilizado. Basicamente, são quatro hormônios
produzidos, dois pela hipófise e dois pelos ovários. Esses hormônios são
secretados em pulsos, ou seja, em alguns momentos há mais deles no sangue e em
outro, menos. Justamente essa variação cria o ciclo menstrual, a ponto de apenas
durante um curto período haver óvulos viáveis para serem fertilizados.
É importante os óvulos estarem férteis somente em períodos
específicos, pois, em caso contrário, a mulher poderia ter gravidezes
sucessivas antes do parto. Esse espaço de tempo é conseguido justamente pela
variação hormonal que se realiza dentro do ciclo e durante a gravidez.
Conhecendo-se esse mecanismo, surgiram as chamadas “pílulas anticoncepcionais”,
ou contraceptivos hormonais. Esses medicamentos mantêm em alta os hormônios que
impedem a ovulação e, assim, mantendo o controle da gravidez.
Mas todo hormônio sempre irá mexer em vários pontos do
organismo, o que irá provocar as reações adversas. Os contraceptivos são
medicamentos seguros, porém, como todo medicamento precisa ser usado de forma
racional. Os contraceptivos são formados por substâncias semelhantes aos hormônios
femininos estrogênio e progesterona (ou apenas pelo último), os quais agem
impedindo a ovulação e espessando o muco cervical, diminuindo a mobilidade do
espermatozoide, impedindo a fecundação.
Os contraceptivos foram continuamente aperfeiçoados,
diminuindo as reações adversas, mas elas ainda existem. Esses medicamentos
podem provocar problemas de circulação, favorecendo a formação de coágulos chamados
de trombos, obstruindo a circulação sanguínea. Esses trombos, quando soltos,
passam a ser designados êmbolos e trazem grande risco, principalmente, ao
pulmão. Para a mulher fumante ou com mais de 35 anos, o risco estará aumentado.
A hipertensão também traz precaução no uso das “pílulas”.
Um alerta importante é o de que o uso de contraceptivos não
descarta o uso de preservativos, como proteção contra as doenças sexualmente
transmissíveis – DST. Outro alerta é quanto ao modo correto de se usar as “pílulas”.
Sua eficácia de até 99,9%, no controle da gravidez, pode ser perdida quando a
mulher não faz uso diário regular, inclusive de horário. Outro aspecto
importante é a perda da efetividade quando se usa concomitantemente a alguns
tipos de antibióticos, o que sugere o uso de preservativos.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro
de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSantos. O
contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM,
avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002. Acesse
http://cimunisantos.blogspot.com.br/
Prof.
Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em
Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação
(Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da
Farmácia Dracena e Cheiro da Terra, produtos naturais.
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