segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Vacinas

 A vacinação é um dos meios mais importantes de prevenção contra doenças. Cada uma tem o seu mecanismo de ação distinto, porém todas possuem o mesmo princípio, estimulam nosso sistema imunológico para que ele produza anticorpos, ou seja, é a administração de um antígeno (partícula ou molécula capaz de desencadear resposta imune) na circulação, com o objetivo do organismo produzir anticorpos, tornando o indivíduo imune, isso será determinante para o combate a doenças infecciosas.

Existem fatores que interferem na resposta do organismo aos antígenos, como o fator idade (crianças e idosos), doença de base (doença autoimune, por exemplo), tratamento imunodepressor (tratamento para HIV, quimioterapia), implicando muitas vezes, em adiamento ou contra indicações permanentes das vacinas com bactérias ou vírus vivos.

As vacinas possuem uma expressiva importância em relação à saúde pública no que se refere à prevenção e sua íntima ligação com redução de custos econômicos. Por ser um meio preventivo, resulta em economia por evitar gastos no tratamento das doenças que as vacinas previnem.

Cada vacina tem o seu agente, são exemplos: a) vacina BCG contra a tuberculose - suspensão de bactérias vivas atenuadas; b) poliomielite - vírus vivos atenuados; c) coqueluche e febre tifoide - suspensão de bactérias; d) raiva - vírus inativados; e) hepatite B - frações de vírus, entre outras.

Todas as vacinas são passíveis de riscos, portanto, existe a possibilidade de ocorrer eventos adversos após vacinações. Porém, como medida de saúde pública, essas reações adversas não comprometem o uso. Geralmente podem ocorrer reações semelhantes à doença, porém não há relação de causa e efeito direta, sendo melhor caracterizada como reação do organismo.

Alguns eventos adversos são observados com maior frequência depois da administração de algumas vacinas; no entanto, as manifestações que ocorrem são geralmente benignas e transitórias, como febre e dor local decorrente da aplicação. Raramente, porém, as reações são graves, podendo determinar o aparecimento de sequelas ou mesmo provocar o óbito; nem sempre são reconhecidos os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nessas complicações.

Os efeitos adversos mais comumente relatados são dor no local da injeção, febre, enduração local, típicos de vacinas que são administradas por via intramuscular. A vacina contra a tuberculose, a BCG, a via de administração é intradémica, os casos de efeitos como formação de abscesso ou ulceração estão diretamente ligados à aplicação, neste caso, incorreta.

Um efeito adverso preocupante é o caso da VOP – vacina oral contra poliomielite, quando respeitadas as contra indicações, ela possui uma segurança bem estabelecida; no entanto, podem ocorrer entre quatro a 40 dias após a vacinação, acidentes pós-vacinais (paralisias flácidas), quando da administração da primeira dose. Da segunda dose em diante as paralisias pós-vacinais são ainda mais raras. O risco é maior em portadores de imunodeficiência.  E não foram relatados casos em relação à terceira dose. Mas ainda assim, pode-se afirmar que ela é segura para o uso coletivo.

Portanto, torna-se indispensável à criteriosa avaliação clínica e laboratorial desses casos, para estabelecimento rigoroso do diagnóstico etiológico, com a finalidade de que o evento adverso, a sequela ou mesmo o óbito não sejam atribuídos à vacina, sem fundamentação científica. Foi implantado pelo Ministério da Saúde o Sistema Nacional de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação, que orienta a notificação e a investigação desses casos.

Os insumos imunológicos precisam ser transportados e armazenados de acordo com as normas de manutenção da rede de frio, constantes no Manual de Rede do Frio, também do Ministério da Saúde, as quais deverão ser seguidas rigorosamente. A exposição à luz solar direta e as altas temperaturas são fatores que comprometem a eficácia das vacinas, inutilizando o insumo.

As vacinas são mais úteis e mais efetivas no controle de doenças infectocontagiosas do que o uso de medicamentos para sua cura, além de ser um método economicamente viável para controle da saúde pública. No Brasil, como exemplo, a vacinação foi responsável pela erradicação da varíola e da poliomielite (paralisia infantil). Não deixem de vacinar suas crianças.


Melissa Guimarães Menezes - 8º semestre Farmácia


Referências:

ANVISA. Cartilha de Vacinas. Brasília: 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de normas de vacinação. Brasília: FUNASA-Fundação Nacional da Saúde, 2001.

CVE – Centro de Vigilância Epidemiológica. Mudanças no calendário vacinal de 2012, vol. 2, nº12, 2012. 

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