A radiação solar compreende diversas
características físicas, como por exemplo diferentes tamanhos de comprimento de
onda. A radiação não ionizante compreende a ultravioleta (UV) e a
infravermelha, sendo a primeira a principal responsável pelos danos que a
exposição solar gera ao organismo. É tradicionalmente subdividida em UVA, UVB e
UVC. A proteção natural da pele contra radiação é insuficiente, considerando-se
o nível de exposição em países ensolarados, como o Brasil.
Para garantir segurança na
exposição, é necessário o uso dos chamados fotoprotetores ou protetores solares,
que têm o objetivo de reduzir a quantidade de radiação UV a ser absorvida pela
pele humana, servindo como uma barreira protetora. O uso adequado pode reduzir
as consequências tanto agudas como crônicas que o sol traz aos indivíduos.
Os protetores solares químicos
são formados por moléculas orgânicas que possuem como característica a absorção
de uma ou mais ondas de radiação específicas, transformando-o em outro tipo de
energia, garantindo que esta nova energia não seja prejudicial à pele. Justamente
por serem moléculas orgânicas podem apresentar alguma toxicidade para nosso
organismo.
Os filtros solares físicos,
conhecidos como bloqueadores solar, tal como óxido de zinco, dióxido de titânio
e óxido de ferro são capazes de refletir e dispersar as radiações UV por meio
de uma barreira, formada pelo filme de partículas sobre a pele. Dependendo do tamanho da partícula, a proteção
pode ocorrer também pela absorção. São considerados atóxicos, estáveis e a
primeira escolha para fotoprotetores destinados a pacientes com histórico de
alergia. Entretanto podem possuir inconvenientes como: desenvolvimento de
coloração esbranquiçada sobre a pele após aplicação, favorecimento da
comedogênese (formação de cravos e espinhas) e transferência para vestimentas,
com consequente comprometimento da eficácia fotoprotetora.
A eficácia dos protetores solares
é dependente da sua capacidade de absorção da energia radiante, que é
proporcional à sua concentração, intervalo de absorção e comprimento de onda
onde ocorre absorção máxima. O fator de proteção solar, conhecido pela sigla
FPS, é uma indicação de quanto tempo um indivíduo protegido com o filtro pode
permanecer exposto ao sol sem que apresente queimaduras, comparado ao tempo que
poderia permanecer exposto caso não tivesse protegido. É restrito a proteção
contra UVB.
A proteção contra radiação UVA,
na maioria das vezes aparecia na embalagem de um filtro solar sem nenhuma
indicação de valor de proteção numérico, com pouca ou nenhuma segurança da
presença do mesmo. Visando isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em
uma resolução regulamentadora (RDC Nº 30 de 1º de junho de 2012), passa a
exigir que o fator de proteção UVA seja no mínimo 1/3 do valor de FPS.
A RDC 30/12 também regulamenta a
exigência de comprovação para que termos como resistentes a água/transpiração
nos protetores solares possam ser estampados no rótulo. Essa garantia dada por
testes específicos, servem para evitar que sejam vendidos filtros de forma
enganadora.
As roupas podem ser uma
alternativa eficaz para a proteção solar. Diversos fatores influenciam a
capacidade fotoprotetora dos tecidos. Em geral, aqueles fabricados com fibras
firmemente tecidas, mais rígidas e espessas, e também os mais escuros. Assim, a
rigidez, a cor, a espessura e o peso dos tecidos influenciam a capacidade de
fotoproteção dos mesmos.
Marina Maria de Oliveira – 10º
semestre do curso de Farmácia
Referências:
CORREA, M.A; FLOR, J.; DAVOLOS,
M.R. Protetores solares. Quim. Nova, v.30, n.1, p.153-158, 2007.
BALOGB, T.S et al. Proteção à
radiação ultravioleta: recursos disponíveis na atualidade em fotoproteção. An
Bras Dermatol., v86, n.4, p.732-42, 2011.
ARAUJO, T.S; SOUZA, S.O.
Protetores solares e os efeitos da radiação ultravioleta. Scientia Plena, v.4,
n.11, 2008.
FERREIRA, E.P.V et al. Uso do
protetor solar em mulheres para a prevenção do fotoenvelhecimento. Rev. Fac.
Montes Belos, v.6, n.1, p.1-10, 2013.
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