sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Evolução histórica do almofariz

A história nos proporciona a reflexão sobre o passado, permitindo entender a evolução por qual um objeto ou qualquer que seja o material de estudo tenha passado. A profissão farmacêutica passou por uma evolução que permitiu melhorias nas condições de saúde da população e na qualidade dos medicamentos. Um ícone da profissão farmacêutica, desde as antiguidades, é o almofariz.

Até hoje, não se sabe quando o homem começou a utilizar o almofariz, sendo possível encontrar vestígios da utilização desses objetos desde os tempos em que o homem era primitivo. Os almofarizes neste período não eram, de certa forma, sofisticados. Consistiam em uma placa de pedra, para apoiar o material e de um rolo de pedra para triturá-lo. 

Porém, a função dos almofarizes também englobava o preparo de medicamentos, sendo necessário haver maiores sofisticações para não permitir que os medicamentos fossem contaminados durante a manipulação. O processo de trituração dos medicamentos sempre foi fundamental pela afirmação de que o medicamento em forma de pó adquiria novas propriedades medicinais, se misturavam melhor nos veículos de administração e em forma de pó o medicamento perderia propriedades nocivas.

Como o farmacêutico é o profissional responsável pela manipulação dos medicamentos, o almofariz se tornou um instrumento indispensável, sendo reconhecido como o símbolo de farmácia no século XIII. Este fato pode ser evidenciado nas representações antigas de estabelecimentos farmacêuticos, quando artistas faziam questão de representar o almofariz nas obras de arte, fazendo com que o almofariz fosse visto como um elemento essencial na profissão farmacêutica.

Após a primeira evolução do almofariz, eles passaram a serem feitos de materiais como ferro, bronze, porcelana, etc. Porém, com a tendência das indústrias fabricarem pólvora e armas de fogo para as guerras, o número de almofarizes de metal aumentou consideravelmente, pois eram fabricados juntos. Porém, com o passar do tempo, foi percebido os efeitos tóxicos que alguns metais poderiam causar e que, durante a manipulação com o almofariz, poderiam se misturar ao medicamento. Este conhecimento fez com que parassem de utilizar ligas metálicas para a produção de almofarizes e ficasse padronizada a utilização dos almofarizes de porcelana.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 4° semestre do curso de Farmácia

Referência:

NICOLAU, J.L.M.S.A.; SILVA, A.C.C. O almofariz, ícone da profissão farmacêutica. Principais traços da sua evolução. 2008. 34 p. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2008.

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