Quem nunca teve dificuldade de
dar um medicamento para uma criança? Seja pelo gosto ruim ou pela dificuldade
de engolir o comprimido, é sempre difícil encontrar uma criança que não sinta
desconforto na hora da administração. É nessa hora que a farmacotécnica, ou
seja, técnica de manipular os fármacos entra. A farmacotécnica, na maioria das
vezes, permite tornar o sabor do medicamento mais agradável, seja fazendo-os na
forma de xaropes, seja mascarando o sabor desagradável.
Por causa da dificuldade em se
administrar remédios às crianças, os laboratórios têm procurado alternativas. Com
isso, algumas formas como gomas ou pirulitos têm se tornado muito popular. Se por
um lado, é uma alternativa interessante, que não irá causar desconfortos para a
criança e aliviará o trabalho dos pais na hora da administração. Porém, por
outro lado deve ser lembrado que ainda são crianças e, a partir do momento que
ela começar a considerar o medicamento apenas como um doce, poderá ficar
pedindo mais ou tentando pegar escondido dos pais.
A maioria das intoxicações ocorre
por acidentes, principalmente quando se trata de crianças. No Brasil, as
maiores vítimas de intoxicações causadas por medicamentos são as menores de
cinco anos. Grande parte dessas intoxicações é causada por conta dos pais não
administrarem a dose adequada ou não manterem os medicamentos armazenados longe
do acesso dos filhos. Essa problemática pode se complicar quando a criança
confunde medicamento com as guloseimas e começarem a insistir para mais consumo
junto aos pais. É válido ressaltar que, por serem crianças, seu metabolismo é
diferente dos adultos, portanto a dose receitada deve sempre ser respeitada,
independente da forma em que o medicamento se encontra.
Outra nota importante é que a
obesidade infantil está se tornando cada vez mais comum hoje em dia. Então
“estimular” que o medicamento seja administrado na forma de guloseima apenas
para aumentar a adesão ao tratamento, pode acabar sendo mais prejudicial do que
se parece. As vezes compensa pedir ao médico outra forma farmacêutica que seja
mais fácil da criança engolir, como, por exemplo, medicamentos na forma líquida
em vez das sólidas. Sempre se oriente com um farmacêutico para ter certeza da
melhor abordagem medicamentosa, seja para você ou para seu filho.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 4°
semestre do curso de Farmácia
Referências:
MARTO, J.; SALGADO, A.; ALMEIDA,
A.J. Formas sólidas alternativas para administração oral em pediatria. Rev. Port.
Farmacoter. Cascais. v.3 p.154-164. 2011.
SILVA, L.R. et al. Medicamento
como risco no ambiente doméstico. Cad. Saúde Colet. Rio de Janeiro. v.18 n.2 p.209-216.
2010.
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