A pressão arterial é definida
como a força que o sangue exerce contra o vaso quando é ejetado do coração para
a circulação sanguínea corpórea. Os valores ideias são os que se apresentam
abaixo de 120 X 80 mmHg. Com base nisso, a hipertensão arterial conhecida
popularmente como “pressão alta” é definida com a elevação dos valores acima de
140X90 mmHg. Aferições entre esses dois valores merecem atenção por parte da
pessoa.
A alteração do valor normal de
pressão para um valor mais elevado pode ser decorrente de vários fatores, desde
a pré-disposição genética até fatores socioeconômicos. Comumente a elevação da
pressão tem maior prevalência em idosos visto que, com o envelhecimento, ocorre
a diminuição da elasticidade dos vasos, com isso exige-se maior força de ejeção
e, portanto, elevação da pressão arterial. No entanto, o número de pessoas
acima dos 18 anos com hipertensão tem sido crescente nos últimos anos, devido
aos hábitos adquiridos pela população, como a alta ingestão de sal, sedentarismo,
consumo de álcool, obesidade e, até mesmo estresse.
A hipertensão pode ser controlada
com tratamento farmacológico e não farmacológico, segundo o Consenso Brasileiro
de Hipertensão, que definiu as normas para detecção e tratamento da hipertensão.
O tratamento não farmacológico
consiste na alteração do estilo de vida, como a redução do peso corporal, do
consumo de sal e bebidas alcoólicas, e a associação a prática regular de
exercícios físicos, que apesar de aparentarem ser medidas fáceis de serem
tomadas, possui menor aderência em relação ao tratamento farmacológico. Essas
práticas sempre deverão ser assumidas, independentemente do tratamento
farmacológico.
O tratamento farmacológico
consiste na utilização de vários medicamentos diferentes, como diuréticos,
betabloqueadores, simpatolíticos de ação central, antagonistas dos canais de
cálcio, inibidores da enzima conversora da angiotensina e antagonistas do
receptor da angiotensina II.
A primeira linha de tratamento
farmacológico costuma ser com a utilização de diuréticos que são fármacos que
visão reduzir o volume circulatório, em um primeiro momento, e consequentemente
reduzir a pressão que este volume exerce sobre o vaso, promovendo uma maior
flexibilidade do vaso. Outro mecanismo importante é a de reduzir a quantidade
de sódio circulante no sangue.
A escolha do uso de diuréticos é
frequente devido a aderência ao tratamento resultante da redução de efeitos
colaterais que são mais evidentes em outras classes terapêuticas. Mas os
diuréticos também apresentam efeitos colaterais, como a diminuição da
concentração de potássio e magnésio, podendo levar a arritmias cardíacas.
Também pode promover o aumento de ácido úrico. A grande vantagem dos diuréticos
é a de que apenas o ajuste de dose já pode solucionar os efeitos sem prejuízo
da eficácia anti-hipertensiva do fármaco.
Mayra Ivonete Wessling – 5º
Semestre do curso de Farmácia
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Aceso em 02 Abr. 2017.
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