sábado, 8 de abril de 2017

Uso racional de medicamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos ou dispensados de forma inadequada, além do fato de metade dos pacientes não usarem esses produtos corretamente. Em 1985, na conferência de Nairóbi, a OMS propôs o conceito de Uso Racional de Medicamentos (URM), que envolve o recebimento dos medicamentos apropriados pelo paciente, voltados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas, pelo período necessário e a um custo razoável.

O sucesso terapêutico no tratamento de doenças depende de bases que permitam a escolha do tratamento, medicamentoso e/ou não medicamentoso, a seleção do medicamento de forma científica e racional, considerando sua efetividade, segurança e custo, bem como a prescrição apropriada, a disponibilidade, a dispensação em condições adequadas e a utilização pelo usuário de forma adequada. Dessa forma, garantindo a efetividade terapêutica.

Atualmente, a morbimortalidade relacionada a medicamentos é um relevante problema de saúde pública e é determinante nas internações hospitalares. Essas internações podem ser atribuídas a fatores intrínsecos à atividade do fármaco, falhas terapêuticas, não adesão ao tratamento e eventos adversos.

Estudos estimam que a prescrição incorreta possa acarretar gastos de 50 a 70% mais altos dos recursos governamentais destinados a medicamentos. Portanto, o uso incorreto de medicamentos traz grandes consequências econômicas. Entretanto, quando utilizados apropriadamente, os medicamentos são os recursos terapêuticos mais frequentemente custo-efetivos, ou seja, para cada real gasto em medicamento, menos reais serão comprometidos futuramente

O URM envolve três atores de forma fundamental: o prescritor, o farmacêutico e o paciente. Estes atores interagem de forma dinâmica. O prescritor tem papel determinante na conduta do paciente, mas o paciente também, com suas expectativas, hábitos culturais entre outros. A ansiedade do usuário poderá influenciar a prescrição. A relação destes atores está permeada por uma série de questões que envolvem a capacidade de definição e implementação de uma política de medicamentos.

Outro ator também de grande importância é o farmacêutico, pois muitas interferências positivas ou negativas estão ligadas à forma como a dispensação acontece. No ato de dispensação, o paciente não deve sair com dúvidas relacionadas ao tratamento que ele dará inicio, garantindo assim a melhora do quadro clínico.

Guilherme Jonas - 8º semestre do curso de Farmácia 

Referências:

MINISTÉRIO DA SÚDE. Uso racional de Medicamentos- temas selecionados. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.

JOHNSON, J.A., BOOTMAN, J.L. Drug related morbidity and mortality. A cost –of – illness model. Arch. Intern Med. v. 155, p. 1949-1956, 1995.

ALMEIDA, R.B. et al. USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NUMA PROPOSTA INTEGRADA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE


USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS.  Associação pan-americana de saúde.

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