A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos ou
dispensados de forma inadequada, além do fato de metade dos pacientes não
usarem esses produtos corretamente. Em 1985, na conferência de Nairóbi, a OMS
propôs o conceito de Uso Racional de Medicamentos (URM), que envolve o
recebimento dos medicamentos apropriados pelo paciente, voltados para suas
necessidades clínicas, em doses adequadas, pelo período necessário e a um custo
razoável.
O sucesso terapêutico no
tratamento de doenças depende de bases que permitam a escolha do tratamento,
medicamentoso e/ou não medicamentoso, a seleção do medicamento de forma
científica e racional, considerando sua efetividade, segurança e custo, bem
como a prescrição apropriada, a disponibilidade, a dispensação em condições
adequadas e a utilização pelo usuário de forma adequada. Dessa forma,
garantindo a efetividade terapêutica.
Atualmente, a morbimortalidade
relacionada a medicamentos é um relevante problema de saúde pública e é determinante nas internações hospitalares. Essas internações podem
ser atribuídas a fatores intrínsecos à atividade do fármaco, falhas
terapêuticas, não adesão ao tratamento e eventos adversos.
Estudos estimam que a prescrição
incorreta possa acarretar gastos de 50 a 70% mais altos dos recursos
governamentais destinados a medicamentos. Portanto, o uso incorreto de
medicamentos traz grandes consequências econômicas. Entretanto, quando
utilizados apropriadamente, os medicamentos são os recursos terapêuticos mais
frequentemente custo-efetivos, ou seja, para cada real gasto em medicamento,
menos reais serão comprometidos futuramente
O URM envolve três atores de forma
fundamental: o prescritor, o farmacêutico e o paciente. Estes atores interagem
de forma dinâmica. O prescritor tem papel determinante na conduta do paciente,
mas o paciente também, com suas expectativas, hábitos culturais entre outros. A
ansiedade do usuário poderá influenciar a prescrição. A relação destes atores
está permeada por uma série de questões que envolvem a capacidade de definição
e implementação de uma política de medicamentos.
Outro ator também de grande
importância é o farmacêutico, pois muitas interferências positivas ou negativas
estão ligadas à forma como a dispensação acontece. No ato de dispensação, o
paciente não deve sair com dúvidas relacionadas ao tratamento que ele dará
inicio, garantindo assim a melhora do quadro clínico.
Guilherme Jonas - 8º semestre do curso de Farmácia
Referências:
MINISTÉRIO DA SÚDE. Uso racional
de Medicamentos- temas selecionados. Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
JOHNSON, J.A., BOOTMAN, J.L. Drug
related morbidity and mortality. A cost –of – illness model. Arch. Intern Med.
v. 155, p. 1949-1956, 1995.
ALMEIDA, R.B. et al. USO RACIONAL
DE MEDICAMENTOS NUMA PROPOSTA INTEGRADA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS. Associação pan-americana de saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário