A
pressão arterial é o resultado do trabalho cardíaco e da tensão das artérias
sobre o sangue para conduzi-lo para todos os órgãos. Sem a pressão arterial não
haveria vida. Ao longo do dia, os valores pressóricos variam conforme o nível
de atividade, mas eles precisam retornar o mais rápido possível para valores
considerados normais, idealmente abaixo de 120X80 mmHg. Quando não normaliza, a
pressão aumentada continuada provoca danos em órgãos como coração, vasos
sanguíneos, rins entre outros.
Estima-se
que 30% da população brasileira mantenha os valores acima de 140/90 mmHg. Quanto
mais idade, maior o percentual de pessoas acometidas: mais de 50% entre 60 e 69
anos e 75% dos indivíduos acima de 70 anos. A prevalência da hipertensão está
associada ao estilo de vida. Alta ingestão de sal e álcool, tabagismo,
obesidade, estresse, além do histórico familiar, são os vários fatores que podem
se associar para provocar a doença. Assim, a melhor estratégia para o controle
da pressão é manter um estilo de vida saudável e uma rotina periódica de
aferição da pressão, antecipando-se aos problemas. Principalmente porque a
hipertensão não costuma apresentar sintomas.
Quando
a melhoria do estilo de vida não consegue manter a pressão arterial em níveis
adequados, o uso de medicamentos é obrigatório. A hipertensão é uma doença
crônica e a medicação não provocará a cura, apenas o controle dos valores da
pressão arterial em níveis razoáveis. Muitas vezes, essa condição de manutenção
da terapia para o resto da vida induz muitas pessoas a abandonar o tratamento
ou não fazerem o uso correto dos medicamentos. As mulheres e os idosos são os
que melhor seguem as recomendações.
Metade
das pessoas hipertensas não realiza corretamente os diversos procedimentos
considerados ideais. Algumas práticas simples são recomendadas para o uso
adequado dos medicamentos. É muito importante manter anotado os horários dos
medicamentos ou associar a sua administração às atividades diárias; tomá-los
sempre no mesmo horário; não deixar de tomar o medicamento ao passear ou viajar;
providenciar nova caixa de medicamento antes que a antiga acabe; e manter-se assíduo
às consultas médicas agendadas. E se você é adepto do “chopinho”, modere o
consumo do álcool, mas não deixe de se medicar, mesmo ao beber.
Um fator
muito importante é entender o significado da doença. Caso tenha dúvidas
pergunte ao médico ou ao farmacêutico porque ao conhecer a doença, é mais fácil
se tornar aderente ao uso dos
medicamentos.
Prof.
Dr. Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP
(1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos
(1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor
titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
* Texto publicado originalmente no Jornal da Orla.
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