A enxaqueca, conhecida como dor
de cabeça, cefaleia ou migrânea, de localização fronto-temporal unilateral ou
bilateral, sem mecanismos fisiopatológicos totalmente definidos, pode se
apresentar de maneira moderada ou severa, como uma pressão ou um caráter
pulsátil, podendo durar de 4 a 72 horas quando não tratada ou tratada
incorretamente, podendo também estar associada à náuseas e vômitos.
As crises de enxaquecas causam
impacto social e econômico, visto que levam a prejuízos pela falta ao trabalho
e a redução da produtividade do portador, classificando-se como um problema de
saúde publica, além do fato de sua prevalência ter aumentado quando comparada a
outras patologias neurológicas.
Os fatores que podem desencadear
a enxaqueca geralmente estão associados ao estresse, sono, predisposição
genética, taxas hormonais, atividade física e condutas alimentares. Levando-se
em consideração os fatores decorrentes da conduta alimentar, estudos citam como
alimentos que frequentemente estão relacionados ao início de uma crise de
enxaqueca, o jejum prolongado, desidratação, consumo de bebidas alcoólicas
(vinhos, cervejas ou bebidas destiladas) e produtos alimentícios como queijos
amarelos, frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi), alimentos embutidos e o
chocolate.
O chocolate apesar de induzir a
sensação de prazer decorrente da presença de Serotonina (neurotransmissor
responsável por impedir que estímulos normais sejam percebidos como dolorosos
pelo cérebro) e da feniletilamina (promove sentimentos de atração, excitação,
tonturas e apreensão) está associado às crises de enxaqueca, pois os picos de
queda e aumento de serotonina podem desencadear uma resistência dos receptores
desse neurotransmissor, assim como a presença de feniletilamina é classificada
como um desencadeador da enxaqueca.
O chocolate, além disso, é
composto por teobromina e cafeína. Estes componentes químicos podem acarretar
crises por alterar o fluxo sanguíneo cerebral e liberar noradrenalina pelos
neurônios. No entanto, a retirada da cafeína atua como fator desencadeante,
pois quando se interrompe o consumo desta substância, ocorre a vasodilatação e
o consequente aumento do fluxo sanguíneo resultando na enxaqueca, fazendo-se
necessário manter um equilíbrio da substância para se evitar as crises.
Como medida profilática é
fundamental a identificação e restrição dos alimentos desencadeantes,
adotando-se uma estratégia nutricional com intuito de prevenir a doença de uma
forma natural.
Mayra Ivonete Wessling – 5º semestre do curso de Farmácia.
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