quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Como agem as vacinas?

A vacina é um tipo de produto farmacêutico e, portanto, tem origem, produção e controle das reações adversas iguais ao de um medicamento qualquer. As vacinas podem ser apenas contra uma bactéria ou um vírus (monovalente) ou contra mais de um agente infeccioso (combinada). E como a vacina age?

As vacinas funcionam de um modo próprio em nosso organismo, diferentemente dos medicamentos que compramos nas farmácias. O nosso organismo contém células (linfócitos) que são capazes de produzir anticorpos e outras substâncias que inativam um microorganismo que cause doença. Essas células são específicas para cada tipo de microorganismo e o nosso corpo consegue processar muita informação diferente. Mas para essas células serem criadas, precisamos entrar em contato pelo menos uma vez com o microrganismo, seja vírus ou bactéria.

Explicando melhor, somos capazes de nos defender bem contra esses microorganismos apenas na segunda vez em que estivermos expostos. Por exemplo, quem teve sarampo, não terá a doença pela segunda vez: tornou-se imune. “Não pega mais” como diz a linguagem popular. O nosso corpo guarda a informação como memória de computador. Quando esse agente infeccioso aparecer de novo, os linfócitos, anticorpos e várias outras substâncias de defesa aumentarão rapidamente em nosso organismo, destruindo o agente invasor. Então, para não ficarmos doentes, correndo riscos, as vacinas assumem o papel de primeira exposição, porém sem causar a doença.

A vacina, para poder ser administrada, tem de conseguir provocar a imunidade sem provocar a doença. Para isso são utilizados, por exemplo, bactérias ou vírus vivos atenuados. Esse tipo de vacina se utiliza de um agente infeccioso modificado, enfraquecido na sua capacidade de gerar a doença. Mas, mesmo assim, o nosso corpo o reconhece como elemento estranho e cria os linfócitos garantindo a defesa em um segundo contato. A vacina contra poliomielite é desse tipo. Mas podemos encontrar outras origens para as vacinas: vírus inativados e bactérias mortas ou, ainda, partes dos agentes causadores das doenças contra as quais a vacina é dirigida.

Sempre há dúvidas se as vacinas são seguras. E os estudos mostram que sim. Como toda substância medicamentosa, as vacinas são sempre usadas na relação de risco e benefício. Ao se usar um medicamento ou vacina sempre poderá haver problemas. Mas, para as vacinas em geral, o benefício de seu uso é incrivelmente superior a qualquer risco que se corra. As autoridades sanitárias têm controlado as reações adversas provocadas pelas vacinas e os números são satisfatoriamente em favor de seu uso. Poucas pessoas apresentam problemas leves.

A queda do número de diversas doenças, no Brasil e no mundo, é prova suficiente para que se usem as vacinas. Por exemplo, não há mais varíola no mundo. Em relação à poliomielite, não há casos recentes no Brasil, mas então porque continuar a vacinação? Porque ainda há casos no mundo e, como vivemos em constante processo de migração, alguém pode trazer o vírus para cá. Se as nossas crianças estiverem vacinadas, elas não correrão riscos. Faça uso das vacinas que constam do calendário brasileiro de vacinação, mesmo quando adulto. Vacine seus filhos contra a pólio.

O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) da UniSantos está a sua disposição para dúvidas e sugestões, escreva para o e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002, Santos-SP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário