segunda-feira, 18 de maio de 2015

Suplementação nutricional, uma questão de dose

Como conceito, medicamento é todo produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Já as vitaminas e os minerais são considerados medicamentos somente quando as concentrações oferecidas superam os 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) do nutriente. A indicação, de um médico ou farmacêutico, deve se ater à real necessidade, não se justificando uso indiscriminado ou substituindo a alimentação saudável.

Quantidade necessária

Os valores de IDR são quantidades diárias, suficientes e necessárias, de vitaminas e de minerais para uma vida saudável. Essas quantidades estão presentes em dieta diversificada, composta por legumes, frutas e cereais.  As vitaminas são substâncias que garantem que o metabolismo aconteça na dimensão da necessidade. São vários os tipos de vitaminas, assim como também participam de diferentes funções, tais como a produção de energia, reposição de células, no processo de coagulação, e muitos outros.

Assim como os minerais ingeridos na alimentação, as vitaminas são necessárias em pequenas concentrações e, quando em excesso, provocam reações adversas. Essas reações adversas causadas pela hipervitaminose são mais comuns para as vitaminas lipossolúveis, as quais têm maior afinidade pela gordura. São as vitaminas A, D, E e K. 

Os riscos do excesso

A hipervitaminose pode ocorrer da forma aguda, devido à ingestão de grandes quantidades em uma única dose, ou de forma crônica, com doses diárias continuadas acima do recomendado. Essa condição é possível pela associação de suplementos vitamínicos e de minerais medicamentosos com alimentos enriquecidos por esses nutrientes. 

Uso racional

Por outro lado, alguns estudos mostram que há carência nutricional na diea das crianças, principalmente, os minerais ferro, zinco e cálcio e, em menor proporção, algumas vitaminas, incluindo a vitamina A. Deste modo, o uso de suplementos vitamínicos e de minerais deve ser bem racional. Por exemplo, de um modo geral, a fortificação com vitamina D, no Brasil, é desnecessária devido ao nível de exposição ao sol ser suficiente para estimular a biossíntese desse nutriente pela pele. Porém, é uma substância importante para o controle da osteoporose. Isso vale para todas as vitaminas e minerais. Sem uma ingestão adequada de ferro, o indivíduo terá anemia, porém o seu excesso, quer seja na forma aguda ou crônica, trará problemas. Inclusive a intoxicação aguda por ferro é bastante grave.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.



Texto originalmente publicado no Jornal da Orla em 22/05/2014


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