Os medicamentos antiácidos são os
preferidos pelos pacientes devido ao rápido e efetivo alívio dos sintomas presentes.
São substâncias alcalinas capazes de neutralizar os ácidos estomacais, diminuindo
a acidez e a sensação de dor e queimação. Essa neutralização é uma reação
química que ocorre entre o ácido presente no estômago com a base que ingerimos
no medicamento. A reação de neutralização irá formar sal e água.
A automedicação com antiácidos é muito comum,
principalmente por serem isentos de prescrição médica. Isso torna ainda mais
importante o conhecimento das alterações que eles podem causar quando
associados a outros medicamentos.
O grupo de antiácidos em
combinação com outros medicamentos pode apresentar interações, principalmente,
farmacocinéticas. Essas interações poderão afetar os processos de absorção e biotransformação,
pelos quais um medicamento sofre. Os antiácidos são usados com frequência para
prevenção e tratamento das úlceras por estresse ou doenças gástricas de
qualquer origem e também para o tratamento de dispepsia e refluxo gastroesofágico.
Em nível intestinal, os antiácidos,
que em geral tem como principal componente o hidróxido de alumínio e de
magnésio, podem modificar o processo de absorção ao unir-se com outros
medicamentos formando complexos inabsorvíveis. Por isso, é conveniente separar
sua administração dos demais medicamentos em meia hora antes ou 2 horas após o
uso das outras medicações.
Mesmo sendo aparentemente
inofensivos, não podemos esquecer que os antiácidos apresentam reações adversas
como qualquer outro medicamento. Os hidróxidos de alumínio e magnésio podem
causar diarreia ou prisão de ventre e também aumento da quantidade de magnésio
e alumínio no sangue. Isso pode desencadear sinais de intoxicação por estes
componentes, principalmente em pacientes com insuficiência renal crônica.
Outro antiácido muito usado é o
bicarbonato de sódio, o qual confere alívio dos sintomas ainda mais
rapidamente, porém não apresenta um efeito duradouro. O uso do bicarbonato é
ainda mais preocupante, pois por ser utilizado na culinária, o acesso a ele é
ainda mais simples e em ambientes onde não há um profissional de saúde.
Outro ponto importante é que
atualmente o mercado ainda conta com formulações que associam antiácidos com anti-inflamatórios,
como o ácido acetilsalicílico. O uso do anti-inflamatório nessa situação não é
indicado, pois o antiácido é o suficiente para tratar a dor e o desconforto
característicos. Além disso, o uso do anti-inflamatório pode agravar a
sensibilidade estomacal. Sendo assim, essa associação não é recomendada. Sempre
que necessário consulte um farmacêutico.
Thaís Damin Lima - 7º semestre do curso de Farmácia
Referências:
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