Os antissecretores são os medicamentos
de primeira linha no tratamento da úlcera e da doença do refluxo gastroesofágico. Têm sido também utilizados no tratamento de
sintomas digestivos. Nesse grupo, ainda podemos dividir os medicamentos em duas
classes, os bloqueadores dos receptores da histamina e os inibidores da bomba
de prótons (ranitidina e omeprazol, respectivamente).
Vários estudos recentes
comparando omeprazol e ranitidina demonstraram maior efetividade do omeprazol
no tratamento das úlceras, sangramento gastrointestinal e refluxo
gastroesofágico. Os medicamentos do grupo da ranitidina são o que chamamos de
competidores reversíveis dos receptores da histamina. Ao bloquear esse
receptor, a ranitidina diminui a produção de ácido em até 70%.
O omeprazol, por sua vez, age na
etapa final da produção do ácido e a inibição que ele causa pode reduzir essa
produção em até 95%, seu efeito é mais duradouro e pode ser administrado apenas
uma vez ao dia. Por essa razão, a associação dele com um medicamento do grupo
da ranitidina não se justifica.
Assim
como são mais efetivos, os medicamentos do grupo do omeprazol também apresentam maior
incidência de reações adversas quando comparados com os antiácidos e os
medicamentos como a ranitidina. Essas reações
adversas, a primeiro momento, podem incluir enjoo, diarreia, dor abdominal, dor
de cabeça, flatulência, prisão de ventre e alterações na pele que irão
desaparecer assim que o uso do medicamento for interrompido.
Porém,
em uso prolongado, os inibidores da bomba de prótons (omeprazol) podem levar a
reações mais preocupantes. O uso contínuo por período de dois anos, ou superior
a isso, pode diminuir a capacidade de absorção da vitamina B12, que é muito
importante para o desenvolvimento hormonal e para a formação dos glóbulos
vermelhos (hemácias). O déficit de vitamina B12 pode se manifestar com
problemas neurológicos, anemia e outras complicações. Outra reação que se
relaciona com o uso de inibidores da bomba de prótons por um ano ou mais é a
redução da concentração de magnésio no sangue (hipomagnesia). A hipomagnesia
pode causar espasmos (contrações involuntárias dos músculos) nas pernas e
arritmias cardíacas.
O
uso dos inibidores da bomba de prótons não é recomendado para pacientes que já
utilizam outros medicamentos que reduzem a concentração de magnésio, como os
diuréticos e a digoxina. Para idosos também é necessária maior atenção, pois a
redução de magnésio pode afetar a regulação dos níveis de cálcio, levando a um
enfraquecimento dos ossos, aumentando o risco de fraturas.
Thaís Damin Lima – 7º semestre do
curso de Farmácia
Referências:
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