Segundo o Instituto Nacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva (Inca), o câncer de mama representa, anualmente,
28% dos casos novos entre as mulheres. Além das alterações no organismo, a
doença impacta no psicológico e na autoestima. E o apoio de um psicólogo, para
ajudar a conviver com a patologia, torna-se um aliado no tratamento.
Formada em Psicologia pela
UniSantos em 2016, Joanna Bittencourt Zwarg dos Santos pesquisou, como Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC), sobre as consequências emocionais do câncer de
mama na vida das mulheres e a importância de um suporte psicológico. A vontade
de pesquisar sobre o tema surgiu após um estágio realizado em um hospital de
Santos, em 2015. Na ocasião, conheceu várias mulheres com câncer de mama, muitas
sem um acompanhamento psicológico.
Segundo Joanna, durante o
tratamento de câncer de mama é essencial que as pacientes busquem também a
ajuda de um psicólogo, o qual deve acompanhá-las desde o momento do recebimento
do diagnóstico. O profissional ajuda a enfrentar o tratamento, lidando com o
impacto da notícia e a angústia de pensar no que poderá acontecer. “Para que
ela veja que aquela doença não é o fim da vida. É uma nova etapa”, ressalta
.
O apoio torna-se fundamental
também devido as alterações na imagem corporal dessa mulher, como queda de
cabelo e a mastectomia. A psicóloga explica que isso ocasiona uma mudança na
identidade feminina, interferindo na maneira como se sente e na sua
sensualidade. Joanna destaca que a retirada das mamas, em princípio, pode fazer
com que tenha a sensação de ter deixado de ser mulher, visto que é um aspecto
físico que carrega um simbolismo – tanto da maternidade como da feminilidade.
AUTOESTIMA - E o
papel do psicólogo será justamente esse: mostrar que, embora não tenha a mesma
aparência de antes, continua sendo a mulher que sempre foi. A autoestima é
bastante trabalhada durante o acompanhamento, para que a paciente possa se
aceitar. Joanna afirma que é importante o apoio de familiares e amigos, que
ressaltem tudo que ela tem capacidade de fazer e os aspectos positivos que
permaneceram. “Ela deve achar bonita independente de qualquer alteração no
corpo dela e se sentir bem consigo mesma. Porque vai muito além da autoimagem”,
destaca.
Para Joanna, a falta de apoio
psicológico interfere no tratamento, uma vez que a mulher pode ficar abalada psicologicamente,
ocasionando depressão ou muita dificuldade em entender o diagnóstico. E isso
pode atrapalhar a recuperação. “É um diagnóstico difícil de aceitar e muitas
mulheres têm resistência em iniciar o tratamento. E o suporte psicológico pode
ajudar a adesão a esse tratamento”, defende.
Por Victória Meschini - 8º semestre do curso de Jornalismo
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