As
doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no Brasil e no
mundo, havendo pesquisas apontando que, possivelmente, até 2020, o infarto
agudo do miocárdio se tornará a maior causa de morte isolada no Brasil. Há
diversos fatores de risco que podem levar o indivíduo ao infarto, e estes estão
relacionados a aspectos nutricionais, fisiológicos, genéticos e até mesmo do
ambiente.
O
infarto agudo do miocárdio ocorre a partir do momento em que ocorre o bloqueio
da passagem de sangue dentro dos vasos sanguíneos, impedindo que este sangue
possa nutrir o miocárdio, músculo responsável pela ejeção do sangue para o
corpo. Como o miocárdio é um músculo que trabalha de maneira constante e
involuntária, é necessário que haja o constante fluxo de oxigênio que é levado
pelo sangue. Sem o fluxo de oxigênio, o coração passa a trabalhar além da sua
capacidade, gerando lesões no tecido miocárdico.
Esse
bloqueio da passagem sanguínea pode ocorrer de diversas formas, sendo as placas
de gordura presentes nas artérias e os coágulos de sangue formados, as
principais causas. Estudos apontam que o conhecimento sobre os fatores de risco
do infarto agudo do miocárdio é a maneira mais eficiente de evitá-lo. Porém,
também é possível trabalhar sua prevenção por meio de medicamentos que permitam
maior fluxo de sangue dentro das artérias.
O
medicamento mais conhecido para este propósito é o ácido acetilsalicílico
(AAS), um antiagregante plaquetário. O AAS tem a função de inibir a aglomeração
de plaquetas no sangue, impedindo que esse amontoado de plaquetas possa
obstruir algum vaso sanguíneo. Ao impedir a agregação dessas células sanguíneas
evita-se a sedimentação do sangue e ele passa a ser mais fluído, melhorando sua
perfusão. Pelo fato do AAS evitar essa sedimentação, é comum dizer que ele
“afina o sangue”. Porém, é um termo que não deve ser adotado para explicar a
ação do medicamento.
No
mercado é possível encontrar o AAS em comprimidos de 500mg, de uso adulto, e o
AAS em comprimidos de 100mg, comercializado como dose de uso infantil. Esse
medicamento em doses maiores tem seus outros efeitos potencializados, como os
efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos. É possível ter o
efeito antiagregante plaquetário do AAS, que previne danos cardiovasculares,
pela faixa dos 75-100mg. Portanto, é possível trabalhar a prevenção do infarto
agudo do miocárdio com o AAS infantil, mesmo que você seja adulto.
Estudos
mais recentes apontam que a tomada do medicamento apenas três vezes por semana
já seria o suficiente para se obter o efeito preventivo em casos de infarto e
evitar os efeitos colaterais mais acentuados que essa classe de medicamentos
pode trazer. Sempre busque praticar exercícios físicos e balancear a
alimentação para não haver riscos de desenvolver doenças cardíacas. Realize
exames cardíacos com seu médico de maneira periódica, e tire todas as dúvidas
sobre medicamentos com o seu farmacêutico.
João Gabriel Gouvêa da Silva – 6°
semestre do curso de Farmácia
Referências:
SCHMIDT,
M.M. et al. Prevalência, etiologia e características dos pacientes com infarto
agudo do miocárdio tipo 2. Rev Bras Cardiol Invasiva. São Paulo, v.23, n.2,
p.119-123, 2015.
OLIVEIRA,
L.B.; Püschel, V.A.A. Conhecimento sobre a doença e mudança de estilo de vida
em pessoas pós-infarto. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. Goiânia, v.15, n.4,
p.1026-33, out./dez. 2013.
PESARO,
A.E.P.; JUNIOR, C.V.S.; NICOLAU, J.C. infarto agudo do miocárdio
miocárdio - síndrome síndrome coronariana coronariana aguda com supradesnível
supradesnível do segment segmento ST. Rev Assoc Med Bras, São Paulo, v.50, n.2,
p.214-220, 2004.
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