O uso de animais em experimentos científicos é um assunto
que foi sempre muito discutido e é polêmico. Defensores dos dois lados mantém uma
luta ferrenha, na qual os que apoiam o uso estão amparados, no Brasil,
pela Lei Arouca, criada em 10/09/2008, que regulamenta
o uso de animais em experimentos científicos. Esse assunto ficou ainda
mais discutido com o caso do Instituto Royal, um dos centros de referência no
país para pesquisas de fármacos que realizam testes pré-clínicos para
medicamentos destinados ao tratamento de doenças como câncer, diabetes,
hipertensão, epilepsia entre outros.
Os ativistas entraram e retiraram cães da
raça Beagle e alguns coelhos, animais
nos quais eram feitos os testes. Com todo esse enredo devemos tentar
achar um equilíbrio entre os dois lados e devemos começar a pensar a partir do
respeito animal.
Os animais sempre foram usados em beneficio do próprio homem.
Foram ou são considerados seres inferiores para os quais não dá importância
além dos benefícios auferidos pelos seres humanos. Atualmente esse pensamento tem
mudado, considerando-se a promulgação da Declaração Universal dos Direitos dos
Animais, pela Unesco em 1978. Este documento afirma que “todos os animais
nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência que nos
homens, todo o animal tem o direito a ser respeitado. O homem, como espécie
animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse
direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais. Todo
o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.”
O respeito aos animais tem de ser mantido acima de tudo e
a todos as raças. A espécie humana convive há muito com os animais e graças a
eles a sobrevivência foi possível. O respeito deve imperar na relação com os
animais de corte, com os domésticos, selvagens e, principalmente, com os usados
em experimentação. E as regras têm de ser para todos, sejam eles cães, macacos,
coelhos e até para os ratos, todos são sensitivos do mesmo modo. E como falou Albert Schweitzer
“quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou
vegetal
ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”.
Em cada relação com os animais, há problemas a serem
superados. Para com os animais de corte, os mesmos devem ser alimentados,
alojados, transportados e abatidos sem que disso resulte nem ansiedade, nem
dor. Vários são os modos de abate dos animais e precisam ser feito do modo
menos angustiante, uma vez que os animais são sensitivos e podem acabar estressados
e sofrendo com todo o processo. Em muitos lugares de abate usam-se métodos ilegais de forma
preocupante. A essa discussão ainda podemos incrementar com os argumentos dos
vegetarianos e veganos, sobre os valores nutricionais e éticos da alimentação com
a proteína animal.
Outro aspecto que, em algumas regiões do
Brasil e do mundo, ainda se faz presenta é o uso da força animal. Em muitas situações
de abuso de sua força, com grave
prejuízo da saúde do animal. Muitas horas de trabalho sem descanso e má
alimentação, provocam seu sofrimento e até morte. Como o ser humano, o animal em trabalho tem direito a
uma limitação razoável na duração e na intensidade do trabalho.
A discussão sobre o uso animal chegou, inclusive, ao seu
uso em circos para a recreação humana, o que é proibido nos dias de hoje. Há os
que defendem não ser viável sequer a manutenção de animais de estimação.
Neste contexto, é muito importante a discussão sobre os
aspectos legais que permitem a experimentação com animais e, sobretudo, o controle
ético sobre o seu uso.
Isadora Dias Ribeiro Santos - 6º semestre - Farmácia
Referências
UNESCO.
DECLARAÇÃO
UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS. Bélgica,
1978. Disponível em http://www .forumnacional.com.
br/declaracao_universal_ dos_direitos_dos_ animais.pdf
Acesso em : 01 de nov
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