A tuberculose ainda é um tema atual e pode
afetar pessoas de todas as classes sociais. Os números atuais no Brasil e em
nossa região são assustadores. A infecção pela bactéria causadora da doença
pode ser facilitada pela desnutrição e condições socioeconômicas, porém, é a proximidade
entre pessoas com tosse com catarro o principal meio de propagação. A bactéria
lançada no ar, em pequenas gotículas de saliva ao tossir, espirrar ou falar,
pode ser inalada, levando, eventualmente, à infecção.
Como é uma doença que ainda mata, é importante
haver muita atenção aos seus sintomas (tosse por três semanas ou mais) e ao
tratamento. A tuberculose é uma doença curável, desde que a medicação seja bem
conduzida. É necessário o uso de mais de um antibiótico, em doses corretas e em
tempo suficiente para se evitar a persistência da bactéria e o desenvolvimento
de resistência aos medicamentos. A proposta do tratamento medicamentoso,
custeado integramente pelo poder público, está padronizada e prevê diversas
situações.
O esquema básico é formado por quatro fármacos diferentes e, recentemente, todos formulados em um único comprimido, facilitando a administração. Essas quatros substâncias são utilizadas nos dois primeiros meses do tratamento, imediatamente seguidos de outros quatro meses, administrando-se apenas duas dessas substâncias. Caso as bactérias provoquem meningite (infecção das membranas que envolvem o cérebro) ou se tornem resistentes, há indicação de outros esquemas de medicamentos, envolvendo outras substâncias, doses e tempo de uso. O custo da terapêutica inicial é bem menor do que o esquema para a terapia das bactérias resistentes. Além da chance de cura ser muito maior no tratamento inicial, sem abandono.
O esquema básico é formado por quatro fármacos diferentes e, recentemente, todos formulados em um único comprimido, facilitando a administração. Essas quatros substâncias são utilizadas nos dois primeiros meses do tratamento, imediatamente seguidos de outros quatro meses, administrando-se apenas duas dessas substâncias. Caso as bactérias provoquem meningite (infecção das membranas que envolvem o cérebro) ou se tornem resistentes, há indicação de outros esquemas de medicamentos, envolvendo outras substâncias, doses e tempo de uso. O custo da terapêutica inicial é bem menor do que o esquema para a terapia das bactérias resistentes. Além da chance de cura ser muito maior no tratamento inicial, sem abandono.
Como a terapêutica antituberculose é demorada
e apresenta muitas reações adversas, há grande tendência de abandono ou de uso
inadequado. Em vista disso, como política de saúde, o tratamento da tuberculose
deve ser feito sob supervisão direta e diária de um profissional de saúde,
podendo ser domiciliar ou na unidade de saúde. Em situações específicas, algum
familiar assume a responsabilidade do controle. Esse cuidado é para se evitar a
proliferação de bactérias resistentes, ou seja, o micro-organismo que não é
sensível aos antibióticos disponíveis. Já existe bacilo de Koch (causador da
tuberculose) resistente à todos os antibióticos conhecidos. Caso essas
bactérias passem a ter circulação mais intensa, podem trazer grande preocupação
para todos. Por isso, a adesão ao tratamento é tão importante, para a pessoa e
para a comunidade, principalmente, porque uma pessoa infectada pode transmitir
para até 15 outras, antes de ser tratada.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi
* Texto originalmente publicado no Jornal da Orla, em 04/08
Nenhum comentário:
Postar um comentário